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Desaparecem os glaciares da África: Consequências podem ser graves para as regiões afetadas

Desaparecimento do gelo no cume das maiores montanhas africanas poderá causar terríveis efeitos para a agricultura das encostas e para o turismo de montanha. Esta é mais uma das consequências, já bastante visíveis, do aquecimento global. O aumento das temperaturas médias do planeta não mais permitem o regime normal de chuvas, neve e seca.  

Desaparecimento do gelo no cume das maiores montanhas africanas poderá causar terríveis efeitos para a agricultura das encostas e para o turismo de montanha. Esta é mais uma das consequências, já bastante visíveis, do aquecimento global. O aumento das temperaturas médias do planeta não mais permitem o regime normal de chuvas, neve e seca.   (Foto: Gisele Federicce)
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A savana aos pés do Kilimanjaro é um paraíso natural habitado por quase todos os grandes animais da África.

 

 

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Por: Equipe Oásis

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Em toda a África, apenas três montanhas possuem neve em seus cumes: o Monte Kilimanjaro, o Monte Quênia e a Cadeia Rwenzori. Em todos os três a área branca e congelada diminui a cada ano, mas é no Monte Stanley (que pertence à Cadeia Rwenzori) onde o gelo derrete em velocidade mais inquietante. No giro de 20 anos, segundo os cálculos, a inteira montanha poderá estar inteiramente destituída de gelos, e as consequências disso podem ser terríveis para a agricultura nas suas encostas e também para o turismo de montanha.

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No alto do Monte Stanley, os glaciares estão quase extintos

 

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A previsão é importante e foi revelada há pouco por um repórter especializado, Peter Martell, em artigo que escreveu para a Agência France Presse. Martell cita como uma de suas fontes John Medenge, um conhecido guia que acompanha as expedições de escaladores que desejam subir ao cume do Monte Stanley. Medenge, que conhece a montan ha há mais de 30 anos, afirma que o gelo ali se reduz mais e mais, à vista d’olhos. Esse guia escalador começou a subir o Stanley quando ainda era um adolescente. Hoje ele tem 57 anos.

 

O Monte Quênia também perdeu a maior parte da sua cobertura de gelo.

 

“O derretimento dos gelos africanos constitui uma grave ameaça para o abastecimento hídrico da região”, explica Luc Hardy, explorador franco-americano, vice-presidente do grupo ambientalista “Green Cross”, uma instituição fundada e mantida pelo ex-líder russo Mikhail Gorbachev.  Por seu lado, Richard Atugonza, do Mountain Resource Makere Center, da Universidade de Uganda, informa: “Já hoje, a redução do caudal dos rios que descem a partir dos gelos influi negativamente na produção agrícola e a de energia elétrica”.

 

O caminho que leva ao cume do Monte Quênia descortina paisagens de tirar o fôlego.

 

Luc Hardy comparou a situação com aquela vivida pelo “canarinho da mina”, referindo-se à utilização de canários em gaiolas por parte de mineiros para detectar uma possível presença de gases venenosos no fundo das minas. Hardy disse: “O derretimento dos gelos é um ‘canário’ que acusa a incapacidade do homem de compreender a mudança climática e seus efeitos negativos”.

 

As duas imagens, tiradas por satélite, mostram a enorme diminuição das áreas cobertas de neve na Cadeia de Rwenzori.

 

As Montanhas da Lua

O Monte Stanley é conhecido dos ocidentais desde o século 2 d.C. O geógrafo grego Ptolomeu de Alexandria chamou as montanhas nevadas da Cadeia Rwenzori de “Montanhas da Lua”, por causa da sua cor branca. Ele supunha que naqueles cumes surgiam as nascentes do Rio Nilo Branco. Já nos tempos modernos, em 1889, foi o explorador inglês Henry Morton Stanley quem chegou pela primeira vez aos gelos.

Na verdade não seriam nem necessários os depoimentos de guias como John Medenge, bons conhecedores do Monte Stanley, para se perceber a redução dos gelos dessa montanha. Ela salta aos olhos quando se observam os mapas mais antigos que mostram as linhas-limite do gelo. De 1909, quando a área gelada era de cerca sete quilômetros quadrados, ela hoje foi reduzida a apenas um quilômetro quadrado.

 

A foto mostra o cume do Monte Kilimanjaro praticamente desprovido da sua cobertura de gelo. Partes nunca antes vistas do solo do alto desse vulcão agora estão expostas.

 

Kilimanjaro também perde o seu “chapéu branco”

 

Como nas outras montanhas nevadas da África, a neve que cobre o monte Kilimanjaro, o pico mais alto do continente diminui rapidamente e poderá desaparecer dentro de 20 anos, alerta um estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”. 

Investigadores acabam de calcular os valores de perda de gelo nessas áreas montanhosas africanas e os resultados não foram positivos. A camada de gelo diminuiu 26 por cento desde o ano 2000 até aos dias de hoje. Os dados são mais alarmantes ao comparar-se esta camada entre 1912 e 2007, pois neste espaço de tempo, a capa de neve diminuiu 85 por cento.

 

As três imagens mostram a progressão da perda de gelo no Monte Kiloimanjaro.A primeira é de 1012, a segunda de 1970, a terceira é do ano 2000.

 


As principais causas apontadas pelos especialistas para a evolução deste fenômeno são o aumento das temperaturas do planeta e as mudanças na nebulosidade e nas precipitações. 

Tanto ao norte, como ao sul, os cumes do Kilimanjaro sofreram uma redução de 1,9 e 5,1 metros, respectivamente. Um exemplo disso é o pequeno glaciar Furtwangler, que diminuiu 50 por cento entre 2000 e 2009. Segundo Lonnie Thompson, coautor do estudo e professor da Universidade de Ohio, este glaciar montanhoso corre o risco de desaparecer de um ano para outro. 

Os especialistas referiram ainda no estudo que essa rápida fusão do gelo demonstra que as condições climáticas que afetam atualmente o Kilimanjaro jamais foram vividas durante os últimos 11 milênios. 

Um dos principais impactos do desaparecimento desses glaciares dirá respeito ao nível da disponibilidade de água em nascentes e poços que são parcialmente abastecidos com água de origem glaciar.

 

 

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