Após as eleições, Centrão quer esvaziar poder do povo e avançar no semipresidencialismo
Liderados por Lira, caciques do Centrão não descartam implementar o semipresidencialismo no país já a partir de 2026. Modelo retira poderes do presidente e, portanto, do povo
247 - Após o segundo turno da eleição presidencial neste domingo (30), o Centrão pretende voltar a avançar no projeto de esvaziamento do poder de representação popular através do debate para a implementação do semipresidencialismo no Brasil, informa a colunista Andréia Sadi, do g1.
Em março deste ano, já foi criado um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados para promover a pauta do semipresidencialismo, com a ideia de adotá-lo no país em 2030. O modelo é apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), e por nomes como o ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira (PP-PI), além de outros parlamentares do Centrão.
Um modelo semipresidencialista esvaziaria o poder do presidente da República, que, mesmo sendo eleito democraticamente pela população, ficaria à mercê do Congresso Nacional. Caberia ao presidente apenas indicar o primeiro-ministro, que seria o chefe de governo e teria que atender aos interesses e ceder às influências de parlamentares para implementar novos projetos destinados ao povo.
Dada a possibilidade de vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano, os congressistas inclusive já admitem a intenção de adiantar a implementação para 2026. Lula prometeu, por exemplo, dar um fim ao orçamento secreto instituído por Bolsonaro. “Se apertar, podemos adiantar (a implementação do semipresidencialismo para 2026)”, disse um dos caciques do centrão à Andréia Sadi.
Além disso, a eleição do líder nas pesquisas de intenção de voto - Lula - representaria uma mudança nos rumos neoliberais que o Brasil vem seguindo desde o golpe de Estado promovido por Michel Temer (MDB) em 2016. Temer, por sua vez, é um dos maiores entusiastas do semipresidencialismo.
A campanha do presidenciável petista vê na movimentação do Centrão um artifício para aumentar seu poder de barganha em negociações com o Executivo nos próximos anos.
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