"Nada foi decidido", diz Celso Sabino após pressão do União Brasil para desembarcar do governo
Ministro do Turismo diz que segue no cargo e tenta reverter ultimato do partido para não ser expulso
247 - O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), afirmou nesta sexta-feira (29) que ainda não há qualquer definição sobre a possibilidade de deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração ocorre após a cúpula do União Brasil intensificar a pressão para que ele deixe o cargo. “Nada foi decidido, nenhuma saída foi conversada. Inclusive, estou hoje inaugurando obras relativas à COP 30, continuando meus trabalhos”, disse o ministro, de acordo com O Globo.
Segundo dirigentes da legenda, Sabino procurou na quinta-feira (28) o presidente do partido, Antonio Rueda, para tentar convencê-lo a permitir sua permanência no governo. Rueda, entretanto, rejeitou o pedido e deixou claro que, caso o ministro não entregue o cargo, poderá ser expulso da sigla.
Apesar da ameaça, aliados de Sabino afirmam que ele não pretende abrir mão nem do posto no ministério, nem da filiação partidária. O ministro acredita ainda ser possível reverter o ultimato imposto pela cúpula do União Brasil.
A Executiva Nacional do partido tem encontro marcado para a próxima terça-feira (2), quando deve ser votada uma resolução proibindo que filiados assumam funções no governo Lula. A medida, porém, não atingiria ministros indicados por lideranças da legenda que não possuem filiação formal, como Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional), ambos apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A avaliação da direção do União Brasil é de que manter um filiado no primeiro escalão do governo petista se tornou insustentável, sobretudo após o agravamento das tensões entre o presidente da República e Antonio Rueda.
A decisão da legenda de antecipar o rompimento com a Esplanada se intensificou após reunião ministerial em que Lula cobrou maior defesa de sua gestão por parte dos ministros ligados ao Centrão. A movimentação, que já vinha sendo discutida para ocorrer até o fim do ano, deve ser acelerada diante da pressão interna.



