Mulher é presa por racismo em bar no Dia da Consciência Negra
Mulher de 46 anos foi detida após ser acusada de cometer injúria racial em um bar do Setor Bancário Sul, em Brasília
247 - Uma mulher de 46 anos foi detida na madrugada de quinta-feira (20/11) após ser acusada de cometer injúria racial em um bar do Setor Bancário Sul, em Brasília. O caso, divulgado inicialmente pelo portal Metrópoles, ocorreu quando a suspeita teria se dirigido à fila do banheiro para cumprimentar um casal e, ao ser questionada pela vítima, Francyslane Vitória da Silva, 36 anos, reagiu com ofensas ligadas à cor da pele.
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher respondeu a Francyslane dizendo: “Quem é você? Você é a empregada daqui? É a funcionária daqui?”. Mesmo após ser confrontada, ela insistiu, afirmando: “Não vem de palhaçada, não, eu também sou uma mulher negra”.
Francyslane rebateu imediatamente, destacando a gravidade da fala. “De imediato eu respondi pra ela, se você é uma mulher negra, você jamais deveria estar falando comigo dessa forma porque eu não falaria assim com uma outra mulher negra”, relatou.Testemunhas e funcionários do bar prestaram apoio à vítima, e a Polícia Militar foi acionada. O caso foi encaminhado à 5ª Delegacia de Polícia e confirmado pelo delegado de plantão, Sérgio Bautzer, que informou que a mulher foi indiciada por injúria racial.
Suspeita nega ofensa racial
No depoimento, a autora das agressões afirmou ter usado a palavra “empregada” no sentido de “funcionária”, negou motivação racial e declarou também ser negra.
“Ela negou o ato de racismo, falou que foi uma expressão que interpretaram de maneira equivocada, que não era questão de ser empregada por conta da cor da pele ou coisa parecida”, disse o delegado Bautzer. A mulher passou a noite na carceragem da Polícia Civil e foi liberada após audiência de custódia.
Bar emite nota e promete reforçar treinamentos
O Ordinário Bar, onde o episódio ocorreu, lamentou o caso e afirmou, em nota, que não tolera qualquer forma de discriminação. O estabelecimento informou que acolheu a vítima, seguiu o protocolo de segurança e comunicou o episódio aos sócios e gestores.“O Ordinário Bar e Música lamenta profundamente o episódio de racismo na noite de ontem. Racismo é crime e não há espaço para nenhum tipo de discriminação em nosso estabelecimento ou em qualquer outro lugar”, diz trecho do comunicado. A casa afirmou ainda que reforçará treinamentos internos e se colocou à disposição para auxiliar Francyslane e colaborar com as autoridades.
