Gesto com a mão e PCC: polícia aponta reviravolta em caso de morte de turista em Jericoacoara
Segundo o delegado, o assassinato de Henrique foi motivado por outra questão
247 - Passado um mês do assassinato do adolescente Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, em Jericoacoara, no Ceará, novas informações sobre a motivação do crime foram reveladas pela Polícia Civil do estado. Inicialmente, acreditava-se que o gesto feito pelo garoto nas redes sociais — conhecido como sinal de "três dedos" — teria sido o fator desencadeante da tragédia, já que esse símbolo é frequentemente associado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No entanto, as investigações apontam que a morte do jovem teria sido causada por uma rivalidade entre facções criminosas, e não por sua atitude nas fotos.
Em entrevista ao Metrópoles, o delegado responsável pelo caso, Júlio Morais, que atua no município de Jijoca de Jericoacoara, detalhou a nova linha de investigação. Segundo o delegado, o assassinato de Henrique foi motivado por um símbolo presente na blusa que ele estava usando, e não por sua postura nas redes sociais. "O Henrique não faleceu em virtude de ter feito um símbolo numa postagem no Instagram. Ele faleceu porque chamou atenção dos criminosos por estar vestindo uma blusa, que teria um símbolo ou desenho relacionado a um grupo criminoso rival. A partir disso, os criminosos, supostamente, o julgaram integrante do tal grupo e mexeram no celular dele para buscar mais informações", revelou Morais.
Henrique foi morto por um grupo de traficantes durante suas férias em Jericoacoara, em dezembro do ano passado. Naquele momento, ele teria se aproximado de um ponto de venda de drogas, onde foi reconhecido pelos criminosos devido à camiseta que usava. O desenho da blusa, que segundo os suspeitos representava a facção Comando Vermelho (CV), foi o fator que despertou a suspeita dos traficantes, que acreditaram que o adolescente estivesse envolvido com o grupo rival.
Em relação aos elementos encontrados no celular da vítima, o delegado esclareceu que, embora os criminosos tenham alegado que Henrique possuía imagens de armas, motos e até referências a grupos de WhatsApp ligados ao CV, não foi possível confirmar essa informação, já que o celular do garoto nunca foi encontrado. “Não temos absoluta certeza dessas informações. Não tivemos acesso ao celular da vítima. Ele nunca foi encontrado. A polícia crê nessa informação, porque não houve contradição das testemunhas e ela veio dos próprios envolvidos. Não tem como atestar que ela seja verídica, mas eu acredito que seja", disse Júlio Morais.
De acordo com o delegado, até o momento, sete suspeitos foram identificados pela investigação. Dois deles, menores de idade, já foram apreendidos, enquanto um terceiro ainda aguarda decisão judicial sobre sua internação. O crime teria ocorrido entre a noite de 16 de dezembro e a madrugada de 17 de dezembro, quando Henrique foi agredido, torturado e até teve uma orelha decepada pelos traficantes. O vídeo que registra o momento em que o jovem é levado pelos criminosos mostra que ele já estava sem camisa, o que reforça a tese de que o assassinato foi motivado pelo símbolo estampado na sua roupa.
A polícia segue em busca de mais provas e espera concluir o caso com base nas informações obtidas pelos depoimentos dos envolvidos e na análise das evidências recolhidas. A motivação do crime, ligada a disputas entre facções criminosas, evidencia o cenário de violência que assola diversas regiões do Brasil, onde gestos, roupas e até símbolos em redes sociais podem se tornar gatilhos para tragédias como essa.
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