Médica é condenada a 16 anos por chefiar lavagem de dinheiro do tráfico familiar
Sentença determina confisco de bens avaliados em até R$ 50 milhões; defesa promete recorrer
247- A médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, de 30 anos, foi condenada a 16 anos, 6 meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado por envolvimento com lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. A decisão foi proferida por três juízes da 3ª Vara Criminal da Comarca de Feira de Santana, na Bahia. A informação é do portal UOL.
Larissa foi apontada como a principal responsável pelo núcleo financeiro de uma organização criminosa familiar, estruturada para ocultar recursos oriundos do tráfico. Na mesma decisão, a Justiça determinou o confisco de 11 imóveis, entre apartamentos de luxo e fazendas, além de 15 veículos e mais de 500 cabeças de gado. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) estima que os bens possam valer até R$ 50 milhões.
Outras seis pessoas também foram condenadas, sendo cinco familiares da médica. Larissa e sua mãe receberam as penas mais severas. Segundo a investigação, o grupo utilizava "meios sofisticados", como aquisição de imóveis e empresas de fachada, além de transações financeiras fracionadas para evitar detecção.
A operação Kariri, da Polícia Federal, desmantelou a organização criminosa em fevereiro do ano passado. Durante a ação, Rener Manoel Umbuzeiro, apontado como líder do grupo e pai de Larissa, foi morto ao reagir à abordagem policial.
Esquema de lavagem de dinheiro
As investigações revelaram que o grupo possuía plantações de aproximadamente 220 mil pés de maconha em seis fazendas ligadas à família Umbuzeiro. A droga era distribuída em Feira de Santana e região. Para lavar o dinheiro do tráfico, os criminosos adquiriam bens de alto valor em nome de terceiros e familiares, incluindo a própria Larissa.
A médica e sua mãe eram responsáveis pelo gerenciamento do fluxo financeiro e pela dissimulação patrimonial. "Enquanto chefia do núcleo financeiro, Larissa coordenava todo o processo de lavagem de dinheiro, sempre tratando com seus genitores das formas de ocultação e dissimulação patrimonial e a participação dos 'laranjas'", diz um trecho da sentença.
A aquisição de imóveis era feita, em grande parte, com dinheiro vivo, uma prática comum em esquemas de lavagem. Para dificultar a fiscalização, foram realizados diversos depósitos fracionados em contas bancárias, evitando a notificação de transações suspeitas.
As investigações também apontam que Larissa mantinha contato com um contador para tentar regularizar os bens junto à Receita Federal. Parte dos recursos foi transferida para fundos de previdência privada como forma de mascarar a origem do dinheiro.
Condenações e consequências
Além de Larissa, seu marido, Paulo Victor Bezerra Lima, também foi condenado a 6 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o casal planejou um esquema para injetar dinheiro na empresa de Paulo Victor, criando uma justificativa legal para retiradas futuras.
Na decisão judicial, Larissa foi descrita como uma figura calculista e dissimulada. "Larissa, apesar de ser jovem e médica, integrou-se no crime de forma perene, utilizando familiares e conhecedores para iludir o Estado. A personalidade revelada é dissimulada e calculista, conforme se depreende de suas ações planejadas", destaca a sentença.
A Justiça também destacou que a atuação da médica permitiu a manutenção das atividades criminosas. "A conduta dela permitiu a persistência do tráfico ao reinvestir seus lucros e impediu o confisco de bens ilícitos por longo período. Também trouxe concorrência desleal e evasão fiscal."
A defesa de Larissa já anunciou que irá recorrer da decisão.
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