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Raquel Lyra diz que 14 envolvidos em agressão a turistas serão indiciados

Governadora afirma que identificados responderão pelo ataque em Porto de Galinhas e pede desculpas aos visitantes em nome do povo de Pernambuco

Raquel Lyra diz que 14 envolvidos em agressão a turistas serão indiciados (Foto: Reprodução)

247 - A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), afirmou nesta segunda-feira (29) que a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) identificou 14 pessoas envolvidas na agressão a turistas ocorrida no último sábado (27), na praia de Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, Litoral Sul do estado. Segundo a chefe do Executivo estadual, todos os identificados serão indiciados.

A declaração foi dada em entrevista à Rádio Jornal. De acordo com a governadora, a identificação dos envolvidos é resultado do acompanhamento direto do caso desde os primeiros momentos após a confusão. “Desde o último boletim que recebi da SDS, 14 das pessoas envolvidas na agressão foram qualificadas. Já sabemos quem são. E serão indiciados”, afirmou Raquel Lyra.

A governadora relatou ainda que determinou providências imediatas às forças de segurança do estado. “Desde o primeiro momento, acompanhando de perto com o secretário Alessandro [Carvalho, da SDS], determinei que fossem tomadas todas as providências, como a polícia vem fazendo com todos os crimes que temos”, complementou.

Raquel Lyra também pediu desculpas pelo episódio de violência, dirigindo-se aos visitantes em nome da população pernambucana. “Nossas praias são lindas, nosso povo é acolhedor, que transpira um carinho por aqueles que vêm pra cá nos visitar. Eu tenho dito sempre que um lugar é bom para visitar quando ele é bom para viver. Nós temos investido muito em segurança pública, um tema muito crítico em Pernambuco”, declarou.

A agressão ganhou repercussão após a circulação de vídeos nas redes sociais que mostram uma confusão envolvendo turistas e barraqueiros na praia de Porto de Galinhas, na tarde do sábado (27). As imagens registram dois homens sendo agredidos enquanto tentavam deixar o local em um veículo da equipe de salva-vidas.

Segundo o relato dos turistas, o desentendimento teve início após divergências sobre os valores cobrados pelo aluguel de cadeiras e guarda-sol. O casal Johnny Andrade Barbosa e Cleiton Zanatta, do Mato Grosso, afirma que havia negociado um valor previamente, mas, no momento do pagamento, foi cobrada uma quantia quase duas vezes maior.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Johnny Andrade Barbosa relatou a experiência. “Escolhemos Porto de Galinhas para passar alguns dias de férias e nos deparamos com essa atrocidade ontem”, disse. Ele contou que questionou a cobrança. “Nós questionamos. Falamos ‘cara, não foi esse o valor que você havia combinado com a gente’. Eu falei: ‘Eu não vou pagar, vou pagar o valor que a gente tinha combinado’”.

Ainda segundo Johnny, a situação escalou rapidamente. “Quando me dei conta, não era nem um e nem dois, tinham uns 10, 15 em cima da gente, batendo na gente”, afirmou. O turista também descreveu os ferimentos sofridos. “Meu rosto está completamente danificado, toda a lateral do meu corpo está machucada”, acrescentou, mostrando um dos olhos inchados. Ele ainda destacou a atuação dos salva-vidas. “Se não fossem os salva-vidas, esta hora a gente estaria morto, porque realmente foi um massacre”.

Cleiton Zanatta também se manifestou no vídeo divulgado nas redes sociais. “Enquanto continuar essa situação, não venham para Porto de Galinhas”, disse. Em seguida, afirmou: “Nós vamos processar a prefeitura e o estado de Pernambuco e eu espero nunca mais na minha vida pisar nesse lugar”. O casal informou que já acionou advogados e registrou boletim de ocorrência.

Em nota, a Prefeitura de Ipojuca repudiou e lamentou o episódio. “Trata-se de um fato grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino”, declarou a gestão municipal. Segundo a prefeitura, os órgãos competentes apuram o ocorrido para identificar os envolvidos e adotar as medidas cabíveis. A administração informou ainda que realiza um trabalho contínuo de ordenamento da orla, incluindo o recadastramento de ambulantes e reuniões com barraqueiros.

Também por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social informou que a situação já estava controlada quando as forças de segurança do estado chegaram ao local. De acordo com a pasta, a apuração do caso é tratada como prioridade, com trabalhos investigativos iniciados de imediato. A SDS acrescentou que a Polícia Militar atua com esquema de reforço em Porto de Galinhas.

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