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Turistas denunciam agressão em Porto de Galinhas e apontam homofobia

Casal afirma que violência ocorreu após recusa em pagar cobrança abusiva em barraca de praia e relata espancamento por grupo de comerciantes

Casal agredido na praia de Porto de Galinhas (PE) (Foto: Reprodução/X/@Itspedrito)

247 - Um casal de turistas de Mato Grosso denunciou ter sido brutalmente agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, após se recusar a pagar um valor maior do que o combinado inicialmente pelo aluguel de cadeiras e guarda-sol. O episódio aconteceu na tarde do último sábado (27) e terminou com um dos turistas precisando de atendimento médico, além do registro de boletim de ocorrência contra os agressores, informa o Correio 24 Horas.

Segundo relataram os empresários Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, o serviço foi oferecido por um comerciante por R$ 50. No momento do pagamento, no entanto, o valor teria sido elevado para R$ 80, o que gerou a discussão. Em vídeo publicado nas redes sociais, Johnny descreveu a situação: “A gente chegou na praia, e um rapaz nos ofereceu o serviço da barraca, duas cadeiras e guarda-sol, por R$ 50. Na hora de pagar ele nos cobrou R$ 80. Eu falei: ‘Cara, não é justo, eu vou te pagar os R$ 50’. Ele disse: ‘Não, você vai me pagar os 80’”.

De acordo com o casal, a recusa em aceitar a cobrança considerada abusiva desencadeou uma série de agressões físicas praticadas por outros comerciantes da região. “O cara já pegou uma cadeira e jogou em mim, juntou uns 10, 15 [comerciantes] em cima de mim, me deram vários pontapés, me agrediram mesmo, eu não tive reação”, afirmou Johnny.

O relato também aponta falhas na resposta das autoridades presentes no local. “O Clayton saiu correndo para pedir ajuda, mas não tinha nenhum policiamento, não tinha ninguém em volta para nos ajudar. O Corpo de Bombeiros estava do lado e não fizeram nenhuma questão de nos ajudar, estavam ali do lado, na hora que viram que eles iam nos linchar, que iam nos matar, eles interferiram, mas antes deixou a gente apanhar de forma muito brutal”, disse o empresário.

Johnny afirmou ainda acreditar que a violência foi intensificada pelo fato de serem um casal gay. “Tinha aproximadamente uns 15 a 20 barraqueiros me batendo. Cleiton, meu companheiro, estava próximo e pediu para eles pararem com aquela agressão e saiu correndo para o outro lado para pedir ajuda. Eu acredito também que foi algo homofóbico também porque eles perceberam que nós somos um casal gay”, declarou ao g1.

As imagens do ataque circularam amplamente nas redes sociais e geraram forte repercussão. Diversos internautas relataram experiências semelhantes em Porto de Galinhas, mencionando práticas recorrentes de assédio, cobranças abusivas e abordagens consideradas intimidatórias por parte de alguns comerciantes da orla. “Infelizmente isso acontece com frequência e as autoridades nada resolvem. Estamos precisando de policiamento nas praias com urgência”, comentou um usuário.

Johnny reforçou que a discussão não se limitou à diferença de valores. “Não é o problema dos R$ 30, mas a forma como eles nos queriam nos passar a perna”, afirmou. O caso agora será apurado pelas autoridades competentes.


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