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Acusado de assassinar gari cria versão de bala perdida e se recusa a pedir desculpas

Renê Nogueira Júnior volta a negar ter atirado em Laudemir de Souza

Reprodução (Foto: Reprodução)

247 - O empresário Renê Nogueira Júnior, preso pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte, voltou a negar qualquer responsabilidade pelo disparo que matou o trabalhador. As declarações foram dadas em sua primeira entrevista desde o crime, em conversa com o jornalista Roberto Cabrini, exibida pela Record TV.

Na entrevista, Renê, de 47 anos, afirmou ter a “consciência tranquila” e insistiu que não efetuou o tiro disparado em 11 de agosto. A morte de Laudemir, de 44 anos, ocorreu após uma discussão no trânsito, enquanto ele trabalhava na coleta de lixo. Câmeras de segurança registraram o carro do empresário deixando o local e, em seguida, o gari correndo ferido, com as mãos na barriga, antes de cair na calçada e ser socorrido por um colega.

Ao falar sobre o episódio, Renê admitiu que houve um “incidente”, mas rejeitou a versão de que teria usado a arma registrada em nome da esposa, a delegada Ana Paula Balbino. Ele também negou que tenha agido movido por arrogância ou preconceito contra a vítima. “As provas do processo irão ‘responder’”, disse, contestando a motivação apontada pelo Ministério Público.

Durante a entrevista, Cabrini questionou o empresário sobre críticas feitas ao fato de ele ter mantido sua rotina após o crime — passear com os cães e ir à academia, onde acabou preso. Renê alegou que “tentava seguir a vida”, mas lamentou o afastamento da esposa, que não o visitou desde então. “Eu diria que eu a amo, independente do que ela decidir, estar comigo ou não, meu sentimento não vai mudar. Se ela aceitar o meu erro de ter feito isso, a gente vai ter nossa família. Estou triste. Eu nem sei se estou casado ainda, porque de uma forma ou de outra, eu acabei com minha carreira, com a dela e com uma vida, que é o mais importante”, declarou.

Cabrini também perguntou se o acusado pretendia pedir desculpas à família de Laudemir. Renê foi categórico ao rejeitar qualquer gesto nesse sentido. “Não posso pedir desculpa porque eu não atirei, então eu não posso pedir desculpas, pois eu estaria confessando uma culpa na qual eu não sou culpado”, afirmou.

Segundo colegas do gari, o crime teria ocorrido após uma discussão quando Renê reclamou da passagem do caminhão de lixo e ameaçou balear a motorista do caminhão. Eles relatam que o empresário fez o disparo que atingiu Laudemir no abdômen. O trabalhador ainda foi levado a um hospital da região, mas morreu em decorrência de hemorragia interna provocada pelo projétil, que ficou alojado em seu corpo.

O boletim de ocorrência aponta ainda que Renê teria manejado a arma na frente da equipe de coleta antes do tiro, ao mesmo tempo que disparava diversas ameaças aos trabalhadores. Ele foi preso horas depois, em uma academia da capital mineira. O processo criminal segue em andamento.

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