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Ciclone provoca mais de 300 cancelamentos e causa caos nos aeroportos; passageiros passam mal com fortes turbulências (vídeo)

Em Congonhas, 31 chegadas e 15 partidas foram canceladas apenas nesta manhã

Avião decola no aeroporto de Congonhas (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

247 - Os aeroportos de São Paulo amanheceram em colapso nesta quinta-feira (11), com mais de 300 voos cancelados após o vendaval que atingiu a Grande São Paulo. As informações foram divulgadas no g1. Em dois dias, Congonhas e Guarulhos já acumulam 344 voos suspensos, cenário que provocou filas extensas, passageiros alojados em bancos e terminais lotados desde a noite anterior.

Em Congonhas, 31 chegadas e 15 partidas foram canceladas apenas nesta manhã. O impacto, porém, começou na quarta-feira (10), quando rajadas de até 96,3 km/h atingiram o aeroporto e obrigaram a suspensão de 88 chegadas e 93 partidas. No total, 227 voos deixaram de operar no terminal da zona sul paulistana.

Guarulhos também enfrenta instabilidade. Desde quarta, o maior aeroporto do país registrou 61 chegadas e 56 partidas canceladas, embora a concessionária afirme que a operação “está normalizada”.

Passageiros dormem nos terminais e relatam incerteza

O acúmulo de cancelamentos deixou milhares de passageiros sem assistência clara e sem previsão de novos embarques. Muitos passaram a noite nos saguões enquanto tentavam reorganizar viagens.

Ventos inéditos e destruição espalhada

A ventania que paralisou os aeroportos foi classificada pelos meteorologistas como inédita na região metropolitana, por ocorrer sem qualquer presença de chuva ou tempestades. Na quarta-feira, a capital registrou rajadas de até 98,1 km/h, prolongando-se por mais de 12 horas — um comportamento que, segundo especialistas, não tem precedentes na cidade.

O rastro de destruição é amplo:

  •  mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem luz na quarta-feira;
  •  mais de 1,5 milhão seguem sem energia nesta quinta, incluindo 1 milhão apenas na capital;
  •  ao menos 235 semáforos permanecem apagados, agravando o trânsito;
  •  parques municipais continuam fechados;
  •  consultas médicas e serviços foram cancelados por falta de energia.

Às 7h, a cidade já somava 203 km de lentidão, reflexo do caos no trânsito e da instabilidade no fornecimento de energia.

Energia, água e mobilidade afetadas

A Enel, responsável pelo atendimento na capital e em 23 municípios da região metropolitana, afirma que segue trabalhando para restabelecer o serviço, mas não apresentou estimativa concreta para a normalização. A interrupção do fornecimento também tem prejudicado o abastecimento de água em vários bairros e atrasado a operação de bombas do sistema de saneamento.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) alerta que ainda há risco de mais retenções ao longo do dia, enquanto a Prefeitura avalia a reabertura gradual dos parques conforme cada área seja considerada segura.

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