Homem armado invade escola e ameaça professoras da filha por "conteúdo ideológico"
Pai questiona material didático e acusa doutrinação em escola de Ribeirão Preto
247 — Um episódio chocante ocorreu na última quarta-feira (16/8) na escola municipal Maria Inês Vieira Machado, localizada no Jardim Diva Tarlá, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Um pai armado invadiu a instituição de ensino, ameaçou professoras e levantou questões sobre o conteúdo didático e suposta doutrinação, em um incidente que tem gerado preocupação na comunidade escolar. De acordo com informações registradas em boletim de ocorrência, o invasor era o pai de uma aluna do 1º ano do ensino fundamental, que alegou não ter recebido uma lembrancinha de Dia dos Pais da escola. Além disso, ele expressou preocupações sobre o conteúdo ideológico presente nos materiais escolares e acusou os professores de promoverem a chamada "ideologia de gênero".
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O incidente ocorreu durante o horário de almoço dos professores, por volta das 13h. Testemunhas relataram que o pai da estudante entrou na escola visivelmente alterado. Ele portava uma arma e a colocou sobre uma mesa, apontando-a para duas professoras com quem estava conversando, afirmando que "se elas não estavam ensinando nada errado, não era para ter medo". O invasor questionou as professoras sobre o material didático relacionado aos direitos das mulheres em um livro didático, exigindo saber qual governo havia permitido a inclusão desse conteúdo. Além disso, ele indagou sobre a concepção de família que a escola defendia. O episódio ainda envolveu questionamentos sobre um trabalho que abordava temas de lazer, mulheres e sociedade, que ele considerou como sendo de "caráter doutrinador e ideológico".
Em resposta aos questionamentos, os professores informaram que o livro fazia parte do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), autorizado pelo Ministério da Educação (MEC) durante a gestão federal do governo de Jair Bolsonaro (PL). A esposa do agressor interveio e pediu para que ele guardasse a arma, o que ele prontamente fez, e a família deixou a escola. O incidente durou aproximadamente nove minutos. A Secretaria da Educação de Ribeirão Preto emitiu uma nota repudiando veementemente o ato de violência e a ameaça aos professores, classificando-o como inaceitável. As autoridades educacionais tomaram medidas imediatas, incluindo o registro de um Boletim de Ocorrência e o início de uma investigação pela Polícia Civil. A administração municipal solicitou o apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, que agora estão realizando rondas na entrada e saída da escola para garantir a segurança dos alunos e professores.