CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sudeste

"Sinto que morri também, não estou mais viva", diz manifestante agredida por bolsonaristas em Vitória

"Todo mundo fala que um dia isso [a pandemia] vai acabar, que vamos voltar à vida normal. Mas a gente nunca vai deixar de ser alguém que viu essa barbárie, essa indiferença com a vida", afirmou Maria Clara Gama

(Foto: Reprodução/Twitter)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - A jovem Maria Clara Gama, de 27 anos, mestranda em Direito na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), foi verbalmente agredida na sexta-feira (11) por bolsonaristas no aeroporto de Vitória, no Espírito Santo. Ela protestava contra a chegada de Jair Bolsonaro à cidade e permaneceu em pé e em silêncio com um cartaz lembrando dos quase 500 mil mortos pela Covid-19 no país.

Ao jornal O Globo, a manifestante disse que sua intenção era dar “boas-vindas” a Bolsonaro e lembrar que o chefe do Executivo Nacional estava fazendo campanha política antecipada no estado, e não trabalhando. "Não escrevi ‘genocida’, nem falei as palavras de ordem comuns, nem ‘Fora Bolsonaro’. Só queria registrar que ele estava vindo ali criar aglomeração, para fazer campanha política antecipada aqui no Espírito Santo, não para trabalhar. E queria dar minhas boas-vindas lembrando a situação que a gente está vivendo. Mas não fiz nenhuma crítica explícita".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Maria Clara, no entanto, não conseguiu fazer contato visual com Bolsonaro. Ela ficou cara a cara com os raivosos apoiadores do governo. Um deles chegou a rasgar o cartaz que a manifestante segurava. A jovem contou não ter sido agredida fisicamente. "Não sofri nenhum ferimento, não fui agredida fisicamente. Mas já fui sabendo que isso poderia acontecer. Já sabia que eles iam chegar perto, ficar gritando perto de mim. Não falei nada, fiquei só com o meu cartaz".

O protesto silencioso, contou Maria Clara, foi uma maneira de reagir à sua sensação de impotência. "Estou respeitando o distanciamento social desde o início da pandemia, fazendo tudo o que posso. Vejo essas coisas acontecendo e parece que não é realidade. E eu não posso fazer nada. Sinto que morri também, não estou mais viva. Meu corpo está vivo, mas minha alma morreu junto com as pessoas. Todo mundo fala que um dia isso vai acabar, que vamos voltar à vida normal. Mas a gente nunca vai deixar de ser alguém que viu essa barbárie, essa indiferença com a vida. Nunca vamos voltar ao estado de antes. Vamos viver o resto das nossas vidas marcados por isso".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO