Ataque em lagoa de Florianópolis alerta sobre riscos de capivaras e doenças transmitidas pelo animal
O caso de Fabiana evidencia um cenário que se repete em várias regiões do país: a aproximação crescente entre humanos e capivaras
247 - O ataque sofrido pela psicóloga e escritora Fabiana Lenz, de 32 anos, enquanto mergulhava na lagoa da Praia da Lagoinha do Leste, em Florianópolis, reacendeu o alerta sobre os riscos envolvendo a aproximação de capivaras em áreas naturais. A banhista levou 19 pontos após ser mordida no abdômen, nas nádegas e no braço, em um episódio que tem mobilizado autoridades ambientais e especialistas sobre a necessidade de reforçar orientações à população.
Embora sejam frequentemente vistas em parques, margens de rios e regiões urbanas, capivaras continuam sendo animais silvestres de grande porte, podendo reagir de forma imprevisível quando se sentem ameaçadas, estão com filhotes por perto ou são surpreendidas em áreas onde costumam descansar e se alimentar. Mordidas, como a registrada em Santa Catarina, podem provocar lacerações profundas, risco de infecção e necessidade de atendimento imediato.
Além dos ferimentos físicos, capivaras podem estar associadas a doenças relevantes no ambiente urbano e turístico. A mais conhecida é a febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela, que comumente utiliza as capivaras como hospedeiras. A doença tem alta letalidade se não for tratada rapidamente. Outra enfermidade que pode estar relacionada a ambientes frequentados pelo animal é a leptospirose, causada por bactérias presentes na urina que podem contaminar lagoas, trilhas e margens de rios.
Especialistas alertam ainda para o risco de infecções bacterianas secundárias após mordidas, além de parasitoses que podem estar presentes em populações de capivaras que vivem próximas a centros urbanos. Por isso, qualquer ferimento provocado por animal silvestre exige avaliação médica imediata.
O caso de Fabiana evidencia um cenário que se repete em várias regiões do país: a aproximação crescente entre humanos e capivaras. A expansão urbana, a oferta de alimento e a presença de corpos d’água favorecem o aumento desses encontros. Biólogos reforçam que, apesar da aparência tranquila, a espécie pode reagir com agressividade quando confrontada.
A orientação das autoridades ambientais é manter distância segura, evitar alimentar os animais e redobrar a atenção em áreas onde há sinalização para presença de capivaras. O objetivo é reduzir o risco de novos incidentes e garantir uma convivência mais segura entre humanos e fauna nativa.

