As bruxas estão soltas. Elas ressurgem hoje na pele de mulheres de poder
No passado, como no presente, as mulheres são as herdeiras das antigas tradições dos tempos matriarcais, pré-cristãos, quando sobre a terra pontificava uma divindade feminina
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Por Luis Pellegrini
As bruxas medievais reaparecem hoje na pele de mulheres comuns, que muitas vezes não sabem que são herdeiras das tradições matriarcais dos tempos em que a principal divindade era a Grande Mãe Terra.
O que é, afinal, a bruxa? Por que, hoje, chamar de “bruxa” a mulher que se interessa por ocultismos, adivinhações e magias já não é um insulto e sim, muito mais, um elogio carinhoso? O que mudou, a natureza da bruxa, ou simplesmente a visão que temos dela?
A bruxa, mulher que conhece os segredos das leis mágicas da natureza - tanto a natureza externa, do mundo, quanto a interna, humana - existe provavelmente desde os tempos das cavernas. Seu objetivo fundamental é conquistar um poder de transformação sobre as coisas do mundo, sobre os outros e sobre si mesma. Bruxa, portanto, é mulher de poder.
No decorrer dos milênios, tanto nas civilizações do Ocidente quanto nas do Oriente, essas mulheres de poder desempenharam livremente o seu papel, respeitadas e admiradas pelas pessoas. Eram curandeiras, parteiras, sábias nos usos medicinais das ervas, folhas, raízes, conhecedoras dos mistérios da natureza, da vida e da morte. Eram também sacerdotisas, profetisas, médiuns que funcionavam como elemento de ligação entre os vivos e os mortos, entre os humanos e os deuses.
Claro, havia também homens que exerciam essas funções. Mas eram minoria. Desde sempre, a natureza sensível da mulher foi considerada mais adequada para perceber os segredos da terra e manipular suas forças. No passado, como no presente, as mulheres são as herdeiras das antigas tradições dos tempos matriarcais, pré-cristãos, quando sobre a terra pontificava uma divindade feminina, a Grande Mãe Terra, mais simplesmente chamada A Deusa. Ela dominou a sociedade durante muito tempo, até o advento, há apenas dois ou três mil anos, do ciclo patriarcal, onde a divindade máxima é um deus masculino, fálico, feito à imagem e semelhança dos homens. Desde então, tudo se inverteu. Os valores defendidos e ensinados passaram a ser aqueles convencionalmente atribuídos ao princípio masculino - a honra, a valentia, a competitividade, o espírito de conquista.
As bruxas de ontem e de hoje, a perenidade do seu significado e do seu poder, são o tema do Programa Oásis de domingo, 6 de Julho, às 21 horas, na TV 247. Assista:
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