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Expectativa de vida dos brasileiros avança e atinge 76,6 anos em 2024

Levantamento do IBGE mostra recuperação após pandemia e detalha avanços na longevidade e na redução da mortalidade infantil

Expectativa de vida dos brasileiros avança e atinge 76,6 anos em 2024 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - A expectativa de vida no Brasil voltou a crescer e alcançou 76,6 anos em 2024, segundo dados divulgados pelo IBGE. A informação mostra uma tendência de recuperação após o impacto profundo da pandemia de Covid-19, que havia provocado forte redução nos indicadores demográficos do país.

O aumento representa ganhos de 2,5 meses em relação ao ano anterior. A análise também destaca a evolução histórica do indicador, revelando um salto expressivo desde 1940, quando brasileiros viviam, em média, 45,5 anos.

A nova tábua de mortalidade do IBGE aponta que os homens passaram de 73,1 anos de expectativa de vida em 2023 para 73,3 anos em 2024. Entre as mulheres, a média subiu de 79,7 para 79,9 anos. Embora ambos os grupos tenham avançado, a longevidade feminina segue maior, mantendo tendência histórica observada nas últimas décadas.

Durante a pandemia, a mortalidade elevada fez a expectativa de vida ao nascer despencar para 72,8 anos em 2021 — sendo 69,3 anos entre os homens e 76,4 anos entre as mulheres. Com o arrefecimento do cenário sanitário a partir de 2022, o indicador voltou a subir gradualmente.

As comparações internacionais evidenciam diferenças significativas: Mônaco lidera o ranking global com 86,5 anos, seguido por San Marino, Hong Kong, Japão e Coreia do Sul.

Mortalidade infantil tem queda expressiva

O levantamento mostra que a taxa de mortalidade infantil chegou a 12,3 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2024, resultado muito mais favorável que o registrado em 1940, quando o índice era de 146,6 por mil.

O IBGE associa a melhora a fatores como campanhas de vacinação em massa, expansão do pré-natal, promoção do aleitamento materno, fortalecimento de programas de nutrição, atuação de agentes comunitários e avanços em saneamento, renda e escolaridade. A queda da mortalidade infantil tem relação direta com o aumento da expectativa de vida ao longo das gerações.

Jovens enfrentam alta sobremortalidade masculina

A pesquisa também revela que, entre 15 e 29 anos, a sobremortalidade masculina permanece elevada. No grupo de 20 a 24 anos, um homem tem 4,1 vezes mais chance de morrer antes dos 25 anos do que uma mulher da mesma idade. Essa diferença está relacionada principalmente às mortes por causas externas, como violência, acidentes e suicídios.

O fenômeno se intensificou a partir da década de 1980, acompanhando a urbanização acelerada e o crescimento das ocorrências de homicídios e acidentes nas áreas metropolitanas. Segundo o IBGE, a expectativa de vida dos homens poderia ser maior caso a mortalidade por causas violentas não fosse tão acentuada.

Brasileiros vivem mais após os 60 anos

A longevidade após os 60 anos também avançou de forma significativa. Quem atinge essa faixa etária em 2024 tende a viver, em média, mais 22,6 anos — sendo 20,8 anos para homens e 24,2 para mulheres. Em 1940, o tempo adicional era de apenas 13,2 anos.

Entre pessoas de 80 anos, a projeção também aumentou: mulheres têm expectativa de viver mais 9,5 anos e homens, mais 8,3 anos. No início da série histórica, em 1940, esses valores eram de 4,5 e 4 anos, respectivamente, o que indica um avanço expressivo sobretudo entre as mulheres.

Instrumento essencial para políticas públicas

As Tábuas de Mortalidade 2024 integram o conjunto de projeções populacionais do IBGE para o período de 2000 a 2070. Além de fornecer um retrato detalhado dos padrões de mortalidade do país, o estudo serve de base para o cálculo do fator previdenciário, utilizado pelo governo federal na definição dos valores das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Os números reforçam uma tendência de recuperação demográfica após anos marcados pela crise sanitária e mostram que, apesar dos avanços, persistem desafios importantes, especialmente entre os jovens e nas desigualdades de gênero na mortalidade.

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