África assume protagonismo em fórum do Sul Global sobre governança e parceria com China
Conferência em Joanesburgo reunirá acadêmicos, formuladores de políticas e veículos de mídia para discutir nova arquitetura de governança global
247 – Dias antes do início da Cúpula do G20 de 2025, Joanesburgo será palco do primeiro Global South Media and Think-Tank Forum – China-Africa Partnership Conference, entre 12 e 14 de novembro. A informação foi divulgada pela National Network Africa (NNATVPlus).
Com o tema “Reformar a Governança Global: Novos Papéis e Visões para a Cooperação China-África”, o encontro busca fortalecer a posição do Sul Global nos debates internacionais e consolidar a África como voz ativa na reformulação de instituições multilaterais como o Banco Mundial, FMI e ONU.
Mudança de narrativa global: da periferia ao protagonismo
Sello Lentsoane, chefe de Plataformas e Estratégia do fórum, afirmou à NNA TV Plus que a conferência surge como resposta ao “momento de renovado impulso para a cooperação entre nações em desenvolvimento”. Segundo ele, nos últimos dez anos:
“O conceito de Sul Global evoluiu de um termo geopolítico amplo para um esforço coordenado de reformar sistemas financeiros, políticos e midiáticos globais que muitos acreditam terem historicamente favorecido o Norte Global.”
Lentsoane destacou ainda que o evento representa uma oportunidade para a África deixar de ser apenas receptora de desenvolvimento e tornar-se agente construtora de novos modelos econômicos e de governança:
“A conferência simboliza uma mudança na narrativa global, em que os países africanos não são apenas beneficiários de desenvolvimento, mas também arquitetos ativos de novos modelos econômicos e de governança.”
Cooperação China-África ganha novo peso estratégico
A China é atualmente o maior parceiro comercial da África, com fluxo de comércio estimado em US$ 282 bilhões em 2023, segundo dados da alfândega chinesa. Além do comércio, Pequim tem financiado obras de infraestrutura, conectividade digital e projetos educacionais no continente.
Para Lentsoane, a escolha da data é estratégica:
“O timing do evento posiciona África e China no centro dos debates globais sobre reforma econômica, compromissos climáticos e financiamento ao desenvolvimento antes da Cúpula do G20.”
Participação internacional e debate acadêmico
O encontro, que será realizado no Houghton Hotel, reunirá acadêmicos, formuladores de políticas públicas e profissionais de mídia de países da Ásia, África e América Latina.
Uma das vozes mais aguardadas é a da professora Pumela Msweli, CEO e reitora executiva da Graduate School of Business Leadership da Universidade da África do Sul (UNISA).
Em entrevista à NNA TV Plus, Msweli defendeu uma participação africana mais incisiva na governança global:
“A participação da África na governança global deve evoluir de mera inclusão para verdadeira influência.”
Ela afirmou ainda:
“A reforma da governança global não é mais um conceito abstrato; é uma necessidade para o continente africano. Ela deve começar com a construção de instituições que reflitam nossas realidades e parcerias que respeitem nossa soberania.”
Reconhecimento internacional e liderança africana
O evento também destacará a conquista recente da Escola de Liderança em Negócios da UNISA (SBL), que recebeu em agosto sua primeira acreditação internacional da Business Graduates Association (BGA). Sob a liderança de Msweli, a instituição avançou nas áreas de empreendedorismo, liderança feminina e comércio intra-africano, segundo dados da universidade.




