<p><b>247 – </b>O cofundador da Ben &amp; Jerry’s, Jerry Greenfield, anunciou sua saída da empresa em meio ao aprofundamento das tensões com a controladora britânica Unilever. A notícia foi divulgada pela <b>Reuters</b>, que destacou a carta aberta publicada por Greenfield e compartilhada nas redes sociais por seu sócio histórico, Ben Cohen.</p>
<p>Em sua mensagem, Greenfield afirmou que não poderia mais “em boa consciência” permanecer na companhia, acusando a Unilever de sufocar a independência e o ativismo social que sempre marcaram a marca de sorvetes. “Essa independência existia em grande parte por causa do acordo único de fusão que Ben e eu negociamos com a Unilever”, declarou.</p>
<h2>Conflito político e denúncia de genocídio</h2>
<p>O rompimento não é um episódio isolado. Desde 2021, a Ben &amp; Jerry’s entrou em choque com a Unilever após anunciar que não venderia produtos em assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada. A empresa processou sua controladora por tentar sufocar sua missão social e chegou a classificar publicamente os ataques de Israel contra a população de Gaza como “genocídio”, um posicionamento raro entre grandes corporações dos Estados Unidos.</p>
<p>A denúncia da marca ao genocídio em Gaza intensificou o atrito com a Unilever, que, ao buscar uma postura corporativa “neutra”, acabou reforçando a censura contra o ativismo de seus fundadores. Para Greenfield, esse processo representou a perda completa da autonomia que deveria ter sido preservada pelo contrato de fusão.</p>
<h2>Tentativas frustradas de manter a independência</h2>
<p>Na semana passada, Ben Cohen revelou que tentou viabilizar a venda da Ben &amp; Jerry’s a um grupo de investidores independentes, estimando o valor de mercado entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela Unilever, aprofundando a crise.</p>
<p>Um porta-voz da Magnum, outra marca da multinacional britânica, contestou as críticas de Greenfield e disse que a empresa buscava “engajar os dois fundadores em uma conversa construtiva sobre como fortalecer a posição da Ben &amp; Jerry’s como uma marca guiada por valores no mundo”. A Unilever, por sua vez, não respondeu imediatamente ao pedido de comentário feito pela Reuters.</p>
<h2>O futuro da marca</h2>
<p>A saída de Jerry Greenfield lança dúvidas sobre o futuro da Ben &amp; Jerry’s. Reconhecida por unir produtos de apelo popular a causas progressistas, a marca agora corre o risco de se tornar apenas mais uma engrenagem de uma multinacional que privilegia interesses corporativos em detrimento de sua missão social.</p>
<p>O episódio reforça a tensão entre grandes conglomerados que priorizam a lógica do mercado e iniciativas empresariais que buscam intervir em questões de justiça social, ambiental e de direitos humanos.</p>

Redação Brasil 247

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Cofundador da marca de sorvetes Ben & Jerry se demite em protesto contra o apoio da Unilever ao genocídio em Gaza

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