247 – China e Brasil estão ampliando de forma significativa sua cooperação no setor espacial, com novos programas que envolvem serviços de internet via satélite de órbita baixa e a criação de um laboratório espacial conjunto. As iniciativas reforçam uma parceria estratégica que já dura mais de três décadas e ganha novo impulso em áreas como conectividade digital, pesquisa científica e exploração do espaço.
As informações foram publicadas pelo Global Times, com base em reportagens da agência Reuters, da agência chinesa Xinhua e em declarações de empresas estatais chinesas envolvidas diretamente nos projetos.
Um dos principais anúncios foi feito pelo ministro da Casa Civil do governo brasileiro, Rui Costa. Segundo ele, a empresa chinesa SpaceSail, especializada em satélites de órbita baixa, começará a oferecer serviços de internet em áreas remotas do Brasil no primeiro semestre de 2026. A iniciativa tem como foco levar conectividade a regiões historicamente excluídas da infraestrutura digital.
De acordo com a Reuters, a SpaceSail firmou, no fim de 2024, um memorando de entendimento com a estatal brasileira Telebras para fornecer internet via satélite a escolas, hospitais e outros serviços essenciais. O acordo reforça a estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir desigualdades regionais e ampliar o acesso a serviços públicos por meio da tecnologia.
A SpaceSail tem sede em Xangai e é responsável pelo desenvolvimento da constelação Qianfan, a primeira grande constelação comercial chinesa de satélites de órbita baixa a entrar formalmente na fase de operação em rede. Segundo a agência Xinhua, desde o lançamento do primeiro lote de 18 satélites, em agosto de 2024, a constelação já conta com 108 satélites em órbita, após cinco novos lançamentos, o mais recente realizado em outubro deste ano.
Além da conectividade, a cooperação sino-brasileira também avança no campo da pesquisa científica. O Global Times informou que a China Electronics Technology Group Corporation (CETC), empresa estatal chinesa, assinou recentemente um acordo com a Universidade Federal de Campina Grande e a Universidade Federal da Paraíba para a criação do Laboratório Conjunto China-Brasil de Tecnologia de Radioastronomia.
O acordo foi assinado na presença de representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia da China e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. Segundo comunicado da CETC enviado ao Global Times, a iniciativa busca implementar resultados estratégicos da diplomacia de chefes de Estado e aprofundar a cooperação científica e tecnológica entre os dois países.
O comunicado destaca que a assinatura marca um avanço importante na construção do laboratório, estabelecendo uma base sólida e uma plataforma estratégica para futuras trocas científicas internacionais. O laboratório terá como foco atender às demandas científicas nas áreas de observação astronômica e exploração do espaço profundo, além de desenvolver pesquisas de ponta, planejar grandes projetos científicos internacionais e promover a inovação tecnológica com impacto global.
A cooperação espacial entre China e Brasil remonta a 1988, quando os dois países assinaram o acordo que deu origem ao programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês). O programa é amplamente reconhecido como um marco da cooperação entre países em desenvolvimento e frequentemente citado como um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul no setor espacial.
Criado em julho de 1988, o CBERS representou o primeiro satélite chinês de sensoriamento remoto para uso civil capaz de transmitir dados diretamente do espaço para a Terra. Ao longo de mais de três décadas, o programa contribuiu para o monitoramento ambiental, o planejamento territorial e o desenvolvimento científico dos dois países.
Em entrevista exclusiva concedida anteriormente ao Global Times, o ex-presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho, destacou a importância histórica da parceria. Ele afirmou que a relação entre China e Brasil foi significativamente fortalecida graças ao CBERS, após mais de 30 anos de cooperação contínua no setor espacial.
A ampliação dos projetos, com foco em conectividade digital e ciência avançada, sinaliza uma nova etapa dessa relação estratégica, alinhada às prioridades de desenvolvimento tecnológico, soberania digital e integração científica entre Brasil e China.

Redação Brasil 247

Os presidentes Xi e Lula se cumprimentam durante a abertura da Cúpula China-Celac

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Global Times

China e Brasil ampliam cooperação espacial com internet via satélite e laboratório conjunto

247 - O presidente Lula participou, nesta terça-feira (6), junto ao seu homólogo chileno, Gabriel Boric, do evento de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional (CEN), em Santiago, no Chile.&nbsp;
O evento visa fortalecer a cooperação entre os países em atividades espaciais para fins pacíficos. Durante a cerimônia, os presidentes firmaram acordos de cooperação em atividades espaciais para fins pacíficos e programas de interesse em comum, com base nos princípios da igualdade e benefício mútuo, informou o canal oficial do governo brasileiro nas redes sociais.&nbsp;
Nesse sentido, tanto o Chile quanto o Brasil identificarão áreas para desenvolver programas e projetos conjuntos de acordo com suas políticas nacionais em matéria espacial, informou a <a href="https://www.cnnchile.com/pais/acuerdo-espacial-entre-chile-y-brasil-en-que-consiste-el-convenio-firmado-en-medio-de-la-visita-de-lula-da-silva_20240806/">CNN Chile</a>.&nbsp;
Em seu discurso, Lula voltou a criticar “bilionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra”, em referência a Elon Musk, dono da SpaceX, fabricante de sistemas aeroespaciais. Nesse sentido, ele defendeu a criação de políticas públicas para o desenvolvimento espacial.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">✍️ Durante a cerimônia, o presidente do Brasil e o presidente do Chile firmam cooperações em atividades espaciais para fins pacíficos, e programas de interesse em comum, com base nos princípios da igualdade e benefício mútuo. 📲 DIGITAL/PR <a href="https://t.co/awx3cHfD1W">pic.twitter.com/awx3cHfD1W</a>&mdash; Governo do Brasil (@govbr) <a href="https://twitter.com/govbr/status/1820860359437103609?ref_src=twsrc%5Etfw">August 6, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional do Chile

América Latina

Lula e Boric lançam centro espacial para desenvolver projetos conjuntos pacíficos

<a href="https://tvbrics.com/pt/news/chefes-de-ag-ncias-espaciais-do-brics-se-re-nem-para-discutir-projetos-multilaterais/">TV BRICS</a> - Uma reunião dos chefes de agências espaciais dos países do BRICS, presidida pela Rússia, teve início em Moscou. Durante o evento, que durará dois dias, os representantes dos países do BRICS trocarão opiniões sobre uma ampla gama de questões de cooperação internacional. 
 
Os chefes de agências espaciais discutirão projetos atuais e futuros em um formato multilateral. Além disso, está prevista a adoção de documentos conjuntos. 
 
"A reunião de hoje está sendo realizada em um formato ampliado, é simbólica. Nós a consideramos não apenas como um bom sinal e um reflexo do apoio à presidência russa e suas prioridades, mas também, o mais importante, como uma confirmação do acordo de todos os participantes para desenvolver a cooperação na esfera espacial", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov. 
 
O diretor executivo da Agência Espacial Nacional da África do Sul, Khumbulani Mudau, observou que a África do Sul apóia a iniciativa da Rússia de estabelecer um conselho espacial dos países membros do BRICS. 
 
"Pretendemos desenvolver a cooperação com o lado russo nessa direção", disse ele. Mudau acrescentou que a África do Sul pretende intensificar a cooperação no campo da tecnologia espacial com a Etiópia e o Egito, países membros do BRICS que aderiram recentemente. 
 
Mohsen Al Awadhi, diretor de programa da Missão dos Emirados Árabes Unidos para o Cinturão de Asteroides (EMA), disse durante a reunião que a contribuição da Rússia para o espaço sempre foi um exemplo inspirador. 
 
"Juntos, devemos utilizar nossos recursos. Com base nisso, podemos criar e lutar por novas conquistas que garantirão o progresso de toda a humanidade", disse Al Awadi. Ele acrescentou que os Emirados Árabes Unidos acolhem a cooperação com a Rússia não apenas em projetos existentes, mas também veem um potencial ilimitado para novas realizações. 
 
"Esta é a primeira vez que o lado etíope está participando da reunião de chefes de agências espaciais. Gostaríamos de saber mais sobre a cooperação dos países do BRICS no setor espacial. Estamos mais interessados em projetos de pesquisa", disse Abdissa Yilma, chefe do Instituto Geoespacial e de Ciências Espaciais da Etiópia. 
 
A China pediu uma maior cooperação internacional na exploração lunar e convidou outros países a participarem do projeto Rússia-China para construir a Estação Lunar Científica Internacional. 
 
"A utilização do espaço próximo deve ser segura a longo prazo. Apoiamos a iniciativa da Rússia nesse sentido", disse Zhang Kejian, chefe da Administração Espacial Nacional da China (CNSA). De acordo com ele, a China gostaria de promover o desenvolvimento da constelação de satélites do BRICS em um nível mais alto, aumentar os recursos e fortalecer a cooperação com outros países nesse sentido.

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