247 - A rejeição ao projeto de lei da “ficha limpa” na Argentina escancarou uma tentativa de proscrição política revestida de falso moralismo, apresentada às vésperas da eleição com cláusulas redigidas sob medida para impedir uma possível candidatura de Cristina Kirchner, analisou o jornalista Luis Bruschtein, do <a href="https://www.pagina12.com.ar/824584-fichados">Página 12</a>, em artigo na sexta-feira (9).&nbsp;
Mais cedo na semana, em uma derrota para o presidente Javier Milei e o ex-presidente Mauricio Macri, o Senado argentino rejeitou a proposta por apenas um voto de diferença. A decisão beneficiou Cristina Kirchner, que busca disputar uma vaga de deputada nacional em outubro, embora sua condenação por um suposto caso de corrupção em obras de infraestrutura ainda não tenha sido confirmada pela Suprema Corte do país. Ela nega envolvimento no caso.&nbsp;
A motivação eleitoral da lei da "ficha limpa" argentina sempre foi evidente, segundo o articulista. "Idealizado por Silvia Lospennato, do PRO, o projeto servia aos interesses do próprio partido, que não hesitou em lançar Mauricio Macri à presidência mesmo com processos judiciais e fortes ligações empresariais com o Estado. A derrota da proposta no Senado revelou não apenas sua motivação eleitoral, mas também um debate mais profundo", escreve.&nbsp;
Ele continua alertando sobre "o risco de um Judiciário vulnerável a pressões políticas se sobrepor à soberania popular expressa pelo voto, transferindo ao sistema judicial a prerrogativa de decidir quem pode ou não governar o país".&nbsp;

Leonardo Sobreira

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Fracassa na Argentina proposta de lei da 'ficha limpa', feita sob medida para barrar Cristina Kirchner

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