<p><b>247 – </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Índia, Brasil e África do Sul têm uma voz própria a apresentar ao mundo e defendeu que o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS) retome um papel central na articulação política do Sul Global.</p>
<p>As declarações foram dadas neste fim de semana durante a 6ª Cúpula de Líderes do Ibas, realizada à margem da reunião do G20. As informações são da Agência Gov, via Planalto.</p>
<p>O encontro marcou o reencontro dos três países após mais de dez anos sem uma cúpula trilateral. Para o presidente brasileiro, o momento representa uma oportunidade estratégica de revigorar a coordenação política, fortalecer agendas comuns e reforçar a presença dos emergentes na governança global.</p>
<h2>“Temos muito a dizer para o mundo”, afirma Lula</h2>
<p>Ao lado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Lula ressaltou que a identidade comum entre as três grandes democracias do Sul Global é um ativo poderoso para influenciar debates internacionais.</p>
<p>“A condição de grandes emergentes do Sul Global e de grandes democracias confere ao IBAS identidade e aptidões próprias. Compartilhamos muitas causas e temos muito a dizer para o mundo”, afirmou.</p>
<p>O presidente destacou ainda que o ambiente de confiança entre os países permite debates amplos sobre democracia, combate ao extremismo, equidade de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e direitos humanos.</p>
<h2>Liderança em inteligência artificial e soberania tecnológica</h2>
<p>Lula defendeu que o IBAS assuma a vanguarda da governança global da Inteligência Artificial, em um momento em que o tema domina as discussões geopolíticas e econômicas internacionais.</p>
<p>Segundo ele, os três países têm capacidade técnica e política para influenciar o debate mundial sobre dados, algoritmos, regulação e autonomia tecnológica.</p>
<p>“Temos condições de estar na vanguarda da governança global da Inteligência Artificial”, disse.</p>
<p>Além da IA, Lula apontou áreas nas quais o fórum pode ampliar cooperação e articulação política: vacinas, medicamentos, insumos de saúde, ciência e trabalho decente.</p>
<h2>Fundo IBAS é exemplo de cooperação Sul-Sul</h2>
<p>O presidente também elogiou o Fundo IBAS, criado em 2004, como experiência bem-sucedida de solidariedade internacional. O mecanismo já financiou 51 projetos em 40 países, com foco em redução da pobreza e combate à insegurança alimentar.</p>
<p>Lula afirmou que o fundo foi um “embrião” da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta brasileira adotada pelo G20 durante a presidência do Brasil em 2024.</p>
<h2>Potencial de influência em organismos globais</h2>
<p>O chefe de Estado reiterou que a coordenação trilateral entre Brasil, Índia e África do Sul tem capacidade de gerar impacto direto em espaços como ONU, G20 e BRICS, garantindo maior participação dos emergentes na formulação de regras internacionais.</p>
<p>“O sentimento que tenho com esta reunião é de esperança”, afirmou Lula ao encerrar sua intervenção.</p>
<h2>O papel do Ibas e o contexto do G20</h2>
<p>Criado em 2003, o Ibas surgiu como plataforma de articulação política entre três das maiores democracias do Sul Global. O fórum busca fortalecer o multilateralismo, defender reformas na governança global e ampliar a cooperação Sul-Sul.</p>
<p>O encontro ocorreu paralelamente às sessões do G20, que neste ano está sob presidência da África do Sul, com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”.</p>
<p>Nas reuniões do G20, Lula voltou a defender:</p>
<ul>
  <li>&nbsp;tratamento da desigualdade como emergência global,</li>
  <li>&nbsp;mecanismos inovadores de financiamento, como troca de dívida por desenvolvimento,</li>
  <li>&nbsp;taxação dos super-ricos,</li>
  <li>&nbsp;transição energética justa e abandono progressivo dos combustíveis fósseis.</li>
</ul>
<p>O presidente também se reuniu com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e participou de sessões dedicadas à construção de um futuro justo e equitativo.</p>
<h2>Comércio e relevância geoeconômica do G20</h2>
<p>Criado em 1999, após a crise asiática, o G20 reúne países que representam mais de 80% do PIB global, 75% do comércio internacional e 60% da população mundial.</p>
<p>O bloco desempenha papel central nas redes globais de comércio. Entre os produtos mais comercializados estão:</p>
<ul>
  <li>&nbsp;manufaturas (automóveis, eletrônicos, maquinário),</li>
  <li>&nbsp;produtos agrícolas (cereais, carnes, frutas),</li>
  <li>&nbsp;commodities (petróleo, gás natural, minérios e metais).</li>
</ul>
<p>O Brasil exporta para países do G20 aeronaves, petróleo, ferro, aço, minérios metálicos e produtos do agronegócio.</p>

Redação Brasil 247

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Sul Global

IBAS reforça união do Sul Global e Lula diz que Brasil, Índia e África do Sul “têm muito a dizer para o mundo”

<p><b>247</b> - Em um encontro estratégico que marca a transição da liderança do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste domingo (17), em Brasília, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. A reunião bilateral, a primeira com um chefe de estado no contexto do G20, contou com a presença de ministros de diversas áreas, como Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura e Gestão, além de Celso Amorim, assessor especial da Presidência. Ramaphosa assumirá a presidência do G20 após o Brasil, e o encontro reforçou o compromisso com a continuidade de práticas inauguradas pela gestão brasileira, como o G20 Social.</p>
<p>Além do G20, os presidentes discutiram a retomada das reuniões do IBAS, grupo que reúne Brasil, Índia e África do Sul, três democracias do Sul Global com interesses comuns. O futuro da presidência brasileira do BRICS, prevista para ocorrer no Brasil em 2025, também esteve na pauta. Lula e Ramaphosa destacaram a importância da colaboração entre os países para fortalecer sua representatividade em questões globais, com foco em desenvolvimento sustentável e justiça social.</p>
<p>Outro tema abordado foi o financiamento da preservação ambiental, em linha com debates em fóruns internacionais. Ambos discutiram uma proposta de taxar 2% das fortunas dos 3 mil indivíduos mais ricos do mundo, responsáveis por um patrimônio acumulado de 15 trilhões de dólares. O presidente sul-africano reafirmou o compromisso de levar adiante as iniciativas brasileiras no G20, enquanto o Brasil se colocou à disposição para compartilhar sua experiência na liderança do grupo.</p>

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