247 - O coronel Michaël Randrianirina, líder da unidade militar que tomou o poder após o voto de destituição do presidente Andry Rajoelina, deve ser oficialmente empossado como presidente nesta sexta-feira (17), informou nesta quarta-feira (15) um comunicado da televisão pública malgache, citado pelo <a href="https://www.liberation.fr/international/afrique/coup-detat-a-madagascar-le-colonel-michael-randrianirina-sera-investi-president-vendredi-20251015_MKNTIJYHZNE7XH2D6C6EH3OALA">Liberation e AFP</a>.
“De acordo com o artigo 48 da Constituição, o coronel Michaël Randrianirina prestará juramento como Presidente da Refundação da República de Madagascar durante uma sessão solene da Alta Corte Constitucional […] no Palácio do Estado de Ambohidahy […] na sexta-feira, 17 de outubro”, diz o texto assinado pelo próprio coronel.
A tomada do poder ocorre após dias de intensa mobilização popular. Desde 25 de setembro, manifestações massivas lideradas pelo coletivo Gen Z e apoiadas por servidores públicos em greve tomaram as ruas de Antananarivo, exigindo melhor governança e criticando a corrupção e a má gestão do país. No fim de semana, a unidade militar Capsat, que já desempenhou papel central no golpe de 2009 que levou Rajoelina ao poder, se juntou aos manifestantes, reforçando o movimento.
Em discurso à nação, Randrianirina afirmou: “Tomamos o poder. As instituições foram reorganizadas para atender às aspirações do povo malgaxe”. Ele anunciou a dissolução de órgãos como o Senado, o Tribunal Superior Constitucional e a Comissão Eleitoral Nacional Independente, mantendo apenas a câmara baixa do Parlamento, que havia votado pelo impeachment de Rajoelina em sessão extraordinária.
O coronel também detalhou os planos para o futuro: um “governo civil” será formado nos próximos dias, com prazo máximo de dois anos, durante o qual será realizado um referendo constitucional seguido de eleições gerais. O objetivo, segundo ele, é restaurar a confiança nas instituições e reconstruir o Estado com base em justiça, boa governança e responsabilização.
A população recebeu a notícia com manifestações de apoio. Na Praça 13 de Maio, em Antananarivo, milhares de cidadãos celebraram a mudança, agitando bandeiras de Madagascar e faixas inspiradas na “geração Z”, incluindo símbolos da cultura pop japonesa, como a caveira da série de anime “One Piece”.
O vice-presidente da Assembleia, Siteny Randrianasoloniaiko, detalhou que “entre os 131 parlamentares presentes durante a votação, 130 votaram a favor do impeachment, enquanto um se absteve”, ressaltando que o decreto de dissolução do Parlamento de Rajoelina carecia de validade jurídica formal.
As manifestações e a rápida ascensão do coronel Randrianirina refletem um fenômeno global recente, em que jovens se mobilizam contra elites governantes, como observado recentemente em países como Nepal, Marrocos, Peru e Paraguai, de acordo com reportagens da Reuters.

Redação Brasil 247

O coronel Michaël Randrianirina era o chefe da unidade militar que se juntou ao movimento de protesto contra o presidente malgaxe.

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Mundo

Madagascar se prepara a nova era militar com posse do coronel Randrianirina

247 - Uma junta militar em Madagascar aplicou um golpe de Estado e assumiu, nesta terça-feira (14), o poder, declarou um coronel do Exército. O Tribunal Constitucional Superior do país autorizou a medida, abrindo o caminho para o coronel Michael Randrianirina servir como presidente, de acordo com agências internacionais.&nbsp;
"Tomamos o poder", afirmou em cadeia nacional Randrianirina, que liderou um motim de soldados. De acordo com ele, os militares irão dissolver todas as instituições, exceto a câmara baixa do parlamento, que votou mais cedo, durante uma sessão extraordinária, pelo impeachment do presidente, Andry Rajoelina. Ele falhou em sua última cartada: um chamado para que a assembleia fosse dissolvida. Apesar do caos social, Rajoelina se recusa a renunciar.
Randrianirina afirmou que a Constituição foi suspensa e novas estruturas nacionais foram estabelecidas "para atender às aspirações do povo malgaxe". Ele anunciou a dissolução de importantes instituições públicas, incluindo o Senado, o Tribunal Superior Constitucional e a Comissão Eleitoral Nacional Independente. 
 
Nos próximos dias, um "governo civil" será formado, afirmou, acrescentando que sua missão será liderar uma renovação nacional, restaurar a confiança pública nas instituições e reconstruir um Estado baseado na justiça, na boa governança e na responsabilização.
Sublinhando que o prazo desta estrutura transitória é fixado em um máximo de dois anos, ele disse que um referendo constitucional será organizado, seguido de eleições gerais para estabelecer novas instituições.
Na Praça 13 de Maio, na capital Antananarivo, ao longo da rua principal ladeada por palmeiras e edifícios coloniais franceses, milhares de manifestantes celebravam. Muitos estavam agitando bandeiras de Madagascar e a característica faixa de protesto da "geração Z", com uma caveira, da série de anime japonesa "One Piece".
O anúncio vem após, segundo relatos da mídia francesa, Rajoelina escapar para o exterior em um avião militar francês, em meio ao impasse com os manifestantes, inspirados pela chamada "onda global de protestos da geração Z" e aliados a forças de segurança. &nbsp;
<h2>Impeachment</h2>
“Entre os 131 parlamentares presentes durante a votação, 130 votaram a favor do impeachment, enquanto um se absteve”, declarou o vice-presidente da Assembleia, Siteny Randrianasoloniaiko, após a sessão, de acordo com a Xinhua. Randrianasoloniaiko afirmou que o decreto de dissolução do parlamento estava “desprovido de validade jurídica devido à ausência de validação formal”.
<h2>Revoltados e jovens</h2>
As manifestações começaram na nação insular africana em 25 de setembro, com os manifestantes denunciando &nbsp;escassez de água e energia. Após protestos semelhantes no Nepal, que levaram à derrubada do governo no país asiático, a população de Madagascar rapidamente se voltou contra a corrupção, má governança e falta de serviços básicos.&nbsp;
A raiva da geração Z refletiu os recentes protestos contra as elites governantes em outros lugares, incluindo, além de Madagascar e o Nepal, Marrocos, Peru e Paraguai, assinala a Reuters. Antes disso, Bangladesh e Indonésia atravessaram tumultos com traços semelhantes.&nbsp;

Leonardo Sobreira

Coronel Michael Randrianirina se junta a protestos da "geração Z", em Antananarivo, Madagascar - 14/10/2025    

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Junta militar toma o poder em Madagascar após protestos da geração Z

247 - O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, deixou o país, disse o líder da oposição, Siteny Randrianasoloniaiko, à agência Reuters nesta segunda-feira (13). A informação foi confirmada por uma fonte militar e um diplomata estrangeiro.
A rádio <a href="https://www.rfi.fr/en/africa/20251013-france-evacuates-madagascar-president-amid-protests-and-army-revolt">RFI </a>informou, citando fontes, que Rajoelina deixou o país em uma aeronave militar francesa.&nbsp;
O caos dos últimos dias surge após semanas de protestos de jovens da "geração Z", que deixaram o líder africano cada vez mais isolado, inclusive entre militares. Segundo a rádio, no último domingo (12), a presidência alertou sobre uma tentativa de golpe por membros do "Capsat", uma unidade de elite que ajudou Rajoelina a tomar o poder em 2009.
Cerca de mil pessoas se reuniram no domingo Place du 13 Mai, na capital Antananarivo, em frente à prefeitura, para celebrar as tropas do Capsat, segundo o relato.&nbsp;
O paradeiro atual de Rajoelina é desconhecido.&nbsp;
Com isso, Madagascar se tornou o segundo governo a colapsar após os chamados "protestos da geração Z", que abalaram o<a href="https://www.brasil247.com/mundo/nepal-dissolve-parlamento-e-marca-eleicoes-apos-semana-violenta"> Nepal</a> inicialmente. A<a href="https://www.brasil247.com/americalatina/onda-de-protestos-da-geracao-z-atinge-peru-e-paraguai"> onda de protestos semelhantes chegou à América do Sul</a>, em países como Peru e Paraguai.&nbsp;

Leonardo Lucena

Manifestantes seguram bandeira de Madagascar durante protesto em Antananarivo contra constantes desabastecimentos de água e energia elétrica

Sul Global

Após Nepal, Madagascar entra em colapso social

247 - Milhares de pessoas protestaram nesta quarta-feira (1) em Madagascar e pediram a renúncia do presidente do país africano, Andry Rajoelina, informou a agência AFP.
No dia 29 de setembro, milhares de jovens da chamada "geração Z" saíram às ruas contra os cortes de energia e água no país e exigiram a saída do governo. Após as manifestações, o presidente Rajoelina anunciou a dissolução do gabinete.
As manifestações foram reprimidas pelas forças de segurança, de acordo com a agência Sputnik.&nbsp;
Os protestos ganharam o apoio do líder da oposição do país, Rivo Rakotovao, que afirmou que a aliança dos principais partidos oposicionistas não participará de nenhum novo governo enquanto Rajoelina permanecer no poder, e pediu sua renúncia.&nbsp;
“Estamos totalmente de acordo com essa ação para resgatar o povo malgaxe e reconstruir a nação, conduzida pelo povo malgaxe e impulsionada pela juventude”, declarou Rakotovao em coletiva de imprensa, de acordo com a agência Reuters.&nbsp;
O papa Leão declarou estar entristecido com os confrontos violentos no país de maioria cristã. “Rezemos ao Senhor para que toda forma de violência seja sempre evitada e para que a busca constante da harmonia social seja fortalecida por meio da promoção da justiça e do bem comum”, afirmou em sua mensagem semanal.

Manifestantes correm durante um protesto na capital Antananarivo, Madagascar, em 1º de outubro de 2025

Onda de protestos da "geração Z" atinge Madagascar

CMG – O presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, concedeu recentemente uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês).&nbsp; Na entrevista, Andry Rajoelina enalteceu a cooperação entre China e Madagáscar. “Precisamos urgentemente avançar com vários projetos de cooperação, especialmente no campo da agricultura e da transformação agrícola. Madagáscar será um modelo da cooperação China-África”, afirmou o presidente.&nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2024101213104_67534140fd18c4ff9ede547415e3d9d6ab4583053f4e4d25792f878135e68459.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="2024101213104_67534140fd18c4ff9ede547415e3d9d6ab4583053f4e4d25792f878135e68459" data-rendition-name="original" width="1920" height="1080" loading="lazy" alt="Madagáscar será um modelo da cooperação China-África, afirma presidente malgaxe"></figure>  Na opinião de Andry, a China passou por muitos desafios e agora se transformou em uma potência mundial. Com sua riqueza de conhecimentos, a China tem a capacidade de trazer transformações para Madagascar e a África, através do compartilhamento de suas experiências de sucesso, das tecnologias e práticas, da transferência de tecnologias e do investimento em grandes projetos. “A China está servindo de modelo para inspirar os líderes de muitos países como eu,” salientou. Andry Rajoelina disse ter profundo respeito pela liderança e visão do presidente chinês, Xi Jinping. Ele expressou aspiração pelo desenvolvimento comum entre a China e a África, algo que é vital para ambas as partes.&nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2024101213104_52e18a8ec027bdf4bf09579ab8574d581f2927876ef5c29bd8006537dc7781ae.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="2024101213104_52e18a8ec027bdf4bf09579ab8574d581f2927876ef5c29bd8006537dc7781ae" data-rendition-name="original" width="1920" height="1080" loading="lazy" alt="Madagáscar será um modelo da cooperação China-África, afirma presidente malgaxe"></figure>  “Devemos reconhecer que temos um enorme potencial e, ao mesmo tempo, queremos que países amigos se unam para se desenvolverem juntos e mudar a fisionomia da África. É por isso que o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) é tão importante, pois traça caminhos concretos para que possamos nos juntar à China para promover o desenvolvimento da África”, concluiu o líder de Madagáscar. tradução: Shi Liang revisão: Diego Goulart

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