<p><b>247 – </b>A State Grid Brasil, controladora da CPFL, fechou acordo para adquirir a linha de transmissão Mantiqueira, até então pertencente à Quantum Participações, empresa controlada pela Brookfield. A operação, avaliada em quase R$ 7 bilhões pelo <i>enterprise value</i> (que inclui ações e dívidas), foi revelada pelo jornal <i>Valor Econômico</i>, por meio do Pipeline.</p>
<p>Criada em 2017, a Quantum estruturou a linha de transmissão Mantiqueira, que compreende 1,2 mil quilômetros de extensão, atravessa 50 municípios de Minas Gerais e conta com 18 subestações. A venda se insere na estratégia global da Brookfield de reciclagem de portfólio, política pela qual o grupo rotaciona ativos maduros para investir em novas oportunidades.</p>
<h2>Avanço da State Grid no mercado brasileiro</h2>
<p>Com o negócio, a State Grid Brasil aprofunda sua presença no sistema de transmissão de energia do país. O grupo chinês já controla 24 concessionárias, sendo 19 próprias e cinco em modelo de <i>joint venture</i>, com atuação distribuída por 13 estados brasileiros. A compra da Mantiqueira consolida a empresa como uma das principais operadoras de infraestrutura elétrica nacional.</p>
<p>No portfólio da Quantum, permanecem outros três ativos de transmissão: Pampa Transmissão e Energia e os projetos Sertaneja e Chimarrão, que seguem em desenvolvimento ou operação.</p>
<h2>Estrutura financeira e assessorias envolvidas</h2>
<p>A transação foi coordenada por instituições financeiras de peso no mercado. Bradesco BBI e Itaú BBA atuaram na condução do processo de venda para a Quantum, enquanto o Santander assessorou diretamente a State Grid. Já a Brookfield contratou o escritório Pinheiro Neto Advogados para estruturar a parte jurídica da operação.</p>
<p>A articulação envolvendo grandes bancos e escritórios demonstra a relevância estratégica e econômica da transação no setor elétrico brasileiro, especialmente diante da crescente demanda por expansão e modernização da malha de transmissão.</p>

Redação Brasil 247

Linhas de transmissão de energia
11/10/2021


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Negócios

Chinesa State Grid amplia presença no Brasil com compra de grande rede de linhas de transmissão

<p><b>247 –</b> A CPFL Energia, empresa controlada pela chinesa State Grid, anunciou que sua matriz de geração passou a ser 100% renovável, consolidando-se como uma das maiores companhias privadas do setor elétrico brasileiro alinhadas à descarbonização. O resultado foi obtido com o encerramento definitivo das operações da UTE EPASA, na Paraíba, que representava 4% da geração da companhia. Essa decisão elimina de forma completa a presença de ativos a combustíveis fósseis no portfólio da CPFL. “Ao antecipar em cinco anos a meta de alcançar 100% da geração renovável, reafirmamos a seriedade dos compromissos assumidos em nosso Plano ESG 2030 e demonstramos a capacidade de avançarmos além do previsto na jornada de sustentabilidade”, destacou Gustavo Estrella, presidente da CPFL Energia.</p>
<p>Com a mudança, a empresa passa a contar exclusivamente com usinas hidrelétricas, eólicas, termelétricas a biomassa e solares fotovoltaicas, totalizando 4.044 MW de capacidade instalada. Hoje, 60% desse montante vem de hidrelétricas, 35% de parques eólicos e 5% de biomassa e energia solar.</p>
<p>A CPFL mantém em andamento um pipeline de mais de 4,4 GW de novos projetos 100% renováveis, reforçando que sua expansão futura seguirá o mesmo caminho sustentável. Um dos exemplos mais recentes é a PCH Cherobim, inaugurada no Paraná em janeiro, que ampliou a capacidade de energia limpa no Sistema Elétrico Nacional.</p>
<p>Em 2024, a companhia já havia registrado uma redução de 59% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com a linha de base de 2021, consolidando o plano de neutralidade de carbono a partir de 2025.</p>
<h2>Agenda ESG e reconhecimento internacional</h2>
<p>O compromisso ambiental da CPFL Energia foi reconhecido pela Science Based Targets initiative (SBTi), que validou cientificamente suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Isso garante que a estratégia da companhia está alinhada ao Acordo de Paris e ao esforço global para limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C.</p>
<p>No campo social, a CPFL se destaca com o programa CPFL nos Hospitais, que já beneficiou mais de 600 instituições públicas e filantrópicas em mais de 300 municípios. O investimento total chega a R$ 300 milhões, gerando uma economia estimada de R$ 33 milhões por ano em custos de energia e reduzindo mais de 7 mil toneladas de CO₂. Com o anúncio da Fase 3, será destinado um aporte adicional de R$ 120 milhões.</p>
<p>No pilar de governança, a empresa mantém adesão a padrões internacionais como TCFD, CDP e Pacto Global da ONU, reforçando a transparência e a credibilidade da sua atuação.</p>
<h2>Conexão Brasil-China</h2>
<p>A trajetória sustentável da CPFL está integrada à estratégia global da controladora State Grid, que promove projetos socioambientais no Brasil. Um dos exemplos é a iniciativa de dessalinização no Rio Grande do Norte, que fornece água potável para cerca de 3 mil pessoas em João Câmara por meio de tecnologia chinesa de última geração.</p>
<p>Outro destaque são os projetos ambientais no Rio Grande do Sul, com investimentos de quase R$ 18 milhões, que beneficiam 2.800 famílias em 140 municípios e contribuem para a recuperação de mais de 5 mil hectares do Pampa e da Mata Atlântica.</p>
<h2>Perspectivas e COP 30</h2>
<p>A conquista da matriz 100% renovável ocorre em um momento simbólico, às vésperas da COP 30, que será realizada no Brasil. Para Gustavo Estrella, a transição energética não pode ser encarada apenas como responsabilidade individual. “A transição energética não é apenas uma responsabilidade individual, mas um esforço coletivo que depende da cooperação entre empresas, governos e sociedade civil. A companhia defende políticas públicas consistentes e investimentos robustos em infraestrutura como fatores essenciais para acelerar a descarbonização”, afirmou o executivo.</p>
<p>Em 2024, a CPFL investiu R$ 5,8 bilhões em seus negócios e prevê aportar R$ 29,8 bilhões até 2029, priorizando infraestrutura, digitalização e resiliência climática, consolidando-se como uma das empresas líderes da transição energética no Brasil.</p>

Brasil Sustentável

Grupo de energia CPFL, controlado pela chinesa State Grid, alcança matriz 100% renovável no Brasil

<p><b>247 –</b> O CFO da State Grid Corporation of China, Chen Mingming, foi um dos palestrantes do evento <b>“A transição energética e a sustentabilidade do futuro”</b>, realizado no último dia <b>9 de julho</b>, na sede do <b>BNDES</b>, no <b>Rio de Janeiro</b>. A conferência foi promovida pelo próprio banco de fomento, com <b>apoio do Brasil 247 e do portal chinês Guancha</b>. Em sua fala, Chen destacou o avanço do Brasil na agenda de energias renováveis, elogiou o papel estratégico do BNDES no financiamento da infraestrutura sustentável e defendeu a cooperação internacional como eixo fundamental da luta global contra as mudanças climáticas.</p>
<p>“É sempre uma honra voltar ao BNDES. Cada vez que retorno, aprendo mais sobre os novos e empolgantes progressos que o Brasil vem alcançando no desenvolvimento econômico e social”, afirmou. Representando a <b>State Grid Brazil Holding</b>, subsidiária da gigante chinesa no país, Chen enfatizou que a empresa está presente no mercado brasileiro desde 2010 e que, desde então, testemunhou uma transformação histórica no setor elétrico. “Nos últimos 15 anos, vimos mais mudanças no setor de energia do que em todo o século anterior”, disse.</p>
<h3><b>Inovação transformando o “triângulo impossível” da energia</b></h3>
<p>Chen lembrou que, há 20 anos, o setor elétrico enfrentava o chamado “triângulo impossível”: gerar energia que fosse ao mesmo tempo renovável, acessível e confiável. “Na época, as fontes renováveis eram caras, a energia barata vinha dos combustíveis fósseis e a confiabilidade exigia usinas poluentes e redundantes. Mas hoje, esse triângulo não apenas se tornou possível, como é praticamente mandatório”, afirmou. “A chave para isso é a inovação.”</p>
<p>O executivo citou a queda de 90% no custo dos painéis solares fotovoltaicos nas últimas duas décadas e destacou que a China alcançou, em 2024, 43% de sua capacidade instalada em fontes renováveis, superando pela primeira vez as fontes fósseis. Apenas no último ano, a State Grid conectou mais de <b>360 GW de energia limpa</b> ao seu sistema — volume comparável a toda a matriz renovável dos Estados Unidos.</p>
<h3><b>Brasil como mercado estratégico e exemplo de cooperação</b></h3>
<p>Segundo Chen, <b>o Brasil é o mercado mais importante da State Grid fora da China</b>, em razão das semelhanças estruturais entre os dois países. Ambos possuem vastos recursos naturais e centros consumidores distantes entre si, o que exige grandes investimentos em transmissão de energia de longa distância. Ele ressaltou as parcerias com o BNDES para a construção de três linhas de transmissão de <b>ultra-alta tensão</b> (800kV), incluindo a mais recente, considerada a maior já realizada na América do Sul, que transportará energia limpa do Nordeste para o Centro-Sul do país.</p>
<p>O CFO também enfatizou o compromisso da empresa com <b>a sustentabilidade ambiental e a justiça social</b>. De acordo com ele, desde 2010, a State Grid já investiu <b>mais de R$ 320 milhões</b> em projetos ambientais no Brasil, incluindo reflorestamento, preservação de sítios arqueológicos e proteção da fauna. Além disso, <b>R$ 50 milhões</b> foram destinados a programas de inclusão social, como o apoio a jovens músicos em comunidades carentes.</p>
<h3><b>Responsabilidade compartilhada e liderança do Sul Global</b></h3>
<p>Encerrando sua fala, Chen defendeu que os países do Sul Global, como Brasil e China, têm a oportunidade — e a responsabilidade — de liderar uma transição energética justa desde o início, evitando os erros históricos dos países industrializados. “Não podemos repetir os caminhos do passado, que trocaram desenvolvimento econômico por danos ambientais e sociais. Temos que acertar na primeira tentativa”, disse.</p>
<p>Ele agradeceu o apoio contínuo do BNDES e reforçou a importância da parceria sino-brasileira, especialmente no contexto dos BRICS. “Como o presidente Lula destacou, a cooperação entre China e Brasil, e entre os países do Sul Global, nunca foi tão significativa. Estamos no centro do desafio da humanidade pela sustentabilidade e por um futuro com zero emissões. A State Grid está comprometida com essa causa e orgulhosa de contribuir para o progresso desse belo país que é o Brasil”, concluiu. Assista:</p>
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