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Bolsonaristas espalham fake news em massa omitindo ações do governo Lula durante tornado no Paraná para exaltar Luciano Hang

Segundo a apuração, a Força Nacional do SUS e equipes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social já estavam na cidade no dia 8 de novembro

Havan, de Luciano Hang, utilizou R$ 12.323.338,27 dos cofres públicos via Lei Rouanet

247 - Publicações que circulam nas redes sociais afirmando que as doações do empresário Luciano Hang chegaram a Rio Bonito do Iguaçu (PR) antes de qualquer ação do governo federal são falsas. A checagem foi publicada pelo UOL, que detalhou a cronologia oficial das operações de atendimento emergencial após o tornado que devastou cerca de 90% do município no dia 7 de novembro.

Segundo a apuração, a Força Nacional do SUS e equipes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social já estavam na cidade no dia 8 de novembro, menos de 24 horas após o desastre. As postagens viralizadas — algumas com mais de 500 mil curtidas — sugeriam que o governo Lula não havia anunciado "nenhuma medida concreta de socorro emergencial", enquanto a primeira resposta teria vindo da iniciativa privada, por meio de um caminhão enviado por Hang com edredons e travesseiros.

O conteúdo, no entanto, omite as ações federais. Imagens divulgadas pelo próprio governo mostram o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, então ministro interino, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em Rio Bonito do Iguaçu já no dia 8. Na mesma data, a Defesa Civil Nacional e equipes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social também foram deslocadas para a região, junto ao acionamento do Grupo de Apoio a Desastres (Gade). O estado de calamidade pública foi reconhecido oficialmente ainda no dia 8.As doações do empresário Luciano Hang, dono da rede Havan, chegaram ao município no dia 9 de novembro. A própria empresa havia informado, em publicação de 8 de novembro, que um caminhão com edredons e travesseiros estava sendo enviado. As imagens do veículo no local foram postadas nas redes sociais da Havan no dia seguinte.

Mesmo diante da cronologia oficial, o vídeo que compara a atuação federal à do empresário se espalhou rapidamente, com 500 mil curtidas, inserido em narrativas que distorcem a resposta governamental ao desastre. 

A peça de desinformação alimentou a falsa percepção de que a ajuda pública teria sido tardia, quando os registros mostram que equipes de saúde, assistência social e defesa civil já estavam mobilizadas desde as primeiras horas após a tragédia.