HOME > Agro

China amplia compras de soja brasileira e reduz dependência dos Estados Unidos

Movimento busca minimizar os impactos da guerra comercial

Cargas de soja em porto (Foto: Amit Dave/Reuters)

Por Bianca Penteado, de Pequim – A China segue ampliando as importações de soja, com destaque para as aquisições do grão produzido no Brasil e em outros países da América do Sul. O movimento busca assegurar o abastecimento interno do mercado chinês e minimizar os impactos da guerra comercial em curso com os Estados Unidos.

Dados oficiais da alfândega chinesa, divulgados no fim de semana, apontam que, em agosto, entraram no país mais de 12,2 milhões de toneladas da commodity, sendo este o segundo maior volume mensal já registrado, atrás apenas do pico observado em maio. Do total importado no mês, 10,49 milhões de toneladas tiveram origem no Brasil, o que representa mais de 80% das compras. 

Tradicionalmente, os norte-americanos eram os principais fornecedores do grão para o mercado chinês, mas a escalada das tensões entre Pequim e Washington tem levado o país asiático a reduzir a dependência da soja produzida nos EUA.

Apesar de uma alta de 12,3% nas importações da soja norte-americana em agosto, totalizando 227 mil toneladas, o volume representou apenas uma fração do total adquirido pelo gigante asiático.

A participação americana nas importações chinesas de soja caiu para 21% em 2024, ante 34% em 2017, ano que antecedeu o início da guerra comercial, lançada no primeiro mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mesmo intervalo, a fatia brasileira avançou de 53% para 71%.

Artigos Relacionados