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"Estande da Petrobras na Fenagro é a melhor notícia para o setor de fertilizantes”, diz Deyvid Bacelar

Retomada das FAFENs e expansão da ANSA reforçam estratégia da Petrobras para reduzir dependência externa e impulsionar a produção nacional de fertilizantes

Estande da Petrobras na Fenagro (Foto: Divulgação)

247 - O retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes é um dos destaques da Feira Nacional Agropecuária (Fenagro), inaugurada no domingo (30) e que prossegue até o dia 7 deste mês, no Parque de Exposições de Salvador. Desde que o Conselho de Administração da empresa ratificou um acordo com o grupo Unigel, está prevista para fevereiro de 2026 a retomada das atividades nas Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (FAFENs), fechadas desde junho de 2023 nas cidades de Camaçari, na Bahia, e em Laranjeiras, Sergipe.

De acordo com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, quando as duas plantas voltarem a operar, o panorama da produção de fertilizantes deverá ser bastante modificado, já que o país importa cerca de 90% dos fertilizantes utilizados pela agricultura nacional.

“Desde a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), no Paraná, com investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão e readmissão dos trabalhadores que haviam sido dispensados, nós estamos aguardando a reabertura das FAFENs (de Camaçari, na Bahia, e de Laranjeiras, em Sergipe), com expectativa de abertura de novas vagas de trabalho nos dois estados”, festeja Bacelar. Segundo ele, essa retomada da produção de fertilizantes em solo nacional é um marco estratégico que demonstra o compromisso do governo com as demandas essenciais do país. “A Petrobras está reassumindo seu papel como motor do desenvolvimento nacional e peça-chave no cumprimento do Plano Nacional de Fertilizantes”, disse o coordenador-geral da FUP.

A volta da Petrobras ao setor de fertilizantes deve reduzir de 90% para 40% a dependência de importação de fertilizantes e virá acompanhada pela geração de cerca de 2,4 mil empregos diretos e indiretos nas duas fábricas da Bahia e de Sergipe. Ainda de acordo com o dirigente sindical, que também é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo do presidente Lula (PT), o parque industrial de fertilizantes, com a retomada da produção em quatro unidades (Fafen-BA, Fafen-SE, ANSA-PR e Fafen-MS), tem o potencial de gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, garantindo postos de trabalho de qualidade e remuneração digna.

Durante os dias de realização da Fenagro, em Salvador, o estande da Petrobras está convidando os participantes a realizar um quiz com perguntas sobre o cenário mundial da produção de fertilizantes, oferecendo brindes para aqueles que acertam as respostas. Deyvid Bacelar destacou que, antes da eleição do presidente Lula, “o setor de fertilizantes foi totalmente desmantelado na Petrobras, deixando marcas profundas nos trabalhadores, muitos dos quais foram relocados para diferentes regiões do país. Estamos negociando o retorno imediato dos trabalhadores da Petrobras que trabalhavam nessas plantas industriais e foram transferidos compulsoriamente para outras regiões do país, fato que desencadeou a maior crise de doença mental já registrada na companhia”, destacou o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar.

Ele disse ainda que “a reconstrução exigirá um esforço coletivo sem precedentes. É fundamental garantir que os trabalhadores eventualmente contratados sejam tratados com dignidade, recebendo condições de trabalho justas e adequadas. Os erros cometidos por causa do arrendamento ocorrido em novembro de 2019 devem servir como lição, para que práticas prejudiciais não se repitam e o compromisso com a valorização dos trabalhadores seja, de fato, respeitado”, reiterou.

Para os próximos anos, segundo Bacelar, o potencial de investimento é da ordem de R$ 400 milhões para cada fábrica. A retomada dessas operações tem um potencial de geração de 1,5 mil empregos diretos, afora a potencial dinamização da cadeia de suprimentos, que voltará a girar, demandando uma série de bens (produtos químicos, combustíveis) e diversas formas de prestação de serviços (manutenção, alimentação, transporte de pessoas e de produtos).

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