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Argentina prende três brasileiros na fronteira e apura possível ligação com o Comando Vermelho

Prisões ocorreram na província de Misiones, próxima ao Rio Grande do Sul, em meio ao alerta máximo decretado pelo governo argentino após operação policial

Homens detidos na fronteira (Foto: Polícia de Missiones)

247 - Três brasileiros foram presos na tarde de sexta-feira (31) na cidade de Alba Posse, província de Misiones, na Argentina, região que faz fronteira com o município gaúcho de Porto Mauá. As autoridades argentinas investigam se os detidos têm ligação com o Comando Vermelho (CV), facção criminosa que recentemente foi classificada como organização terrorista pelo governo do país. As informações são da CNN Brasil.

Segundo comunicado da Polícia de Misiones, os homens entraram ilegalmente no território argentino e “a força policial provincial está tentando determinar se eles têm ligações com uma facção de tráfico de drogas”. A imprensa local apontou que a organização mencionada é o Comando Vermelho, grupo que se tornou alvo de uma megaoperação policial no Rio de Janeiro nesta semana, resultando em mais de 100 mortos.

Os suspeitos foram identificados como Ednei Carlos D. S., de 25 anos; Luis Eduardo T. de S., de 23; e Jackson S. de J., de 35, todos naturais de Rio das Ostras (RJ). De acordo com as autoridades argentinas, eles “não possuíam documentos de imigração válidos nem puderam justificar sua presença na região” no momento da abordagem.

Ainda conforme a polícia, dois dos detidos têm antecedentes por tráfico de drogas no Brasil e o terceiro possui registro por agressão. “Isso motivou a ativação imediata dos protocolos de cooperação internacional para verificar se há mandados de prisão internacionais pendentes contra eles”, informou a corporação. “As autoridades também estão investigando se eles têm conexões na região, entre outras informações necessárias.”

Os três homens permanecem sob custódia enquanto a polícia argentina aguarda informações oficiais das forças de segurança brasileiras.

Alerta máximo nas fronteiras

A prisão ocorre dois dias após o governo argentino decretar alerta máximo nas fronteiras com o Brasil para evitar a entrada de criminosos ligados a facções brasileiras. A medida foi anunciada pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, na quarta-feira (29), em meio aos desdobramentos da operação no Rio de Janeiro.

“Determinarei um alerta máximo nas fronteiras para que não haja nenhum tipo de passagem daqueles que devem estar mudando de lugar, [saindo] da centralidade do conflito no Rio”, afirmou Bullrich em entrevista à CNN Radio Argentina, na Casa Rosada.

Segundo a ministra, o alerta implica uma vigilância reforçada sobre brasileiros que entram no país, mas sem prejudicar turistas. “Claro, não confundindo turistas com membros [de organizações criminosas]”, ressaltou.

Em suas redes sociais, Bullrich afirmou que o governo “reforçou as fronteiras para proteger os argentinos diante de qualquer 'debandada' que possa ser gerada pelos conflitos no Rio de Janeiro”. O comunicado oficial determina que agentes posicionados na fronteira recebam um “manual de reconhecimento de sinais que caracterizam estes grupos narcoterroristas”.

A ministra também confirmou que o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram incluídos no Repet (Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo), passando a ser classificados oficialmente como organizações narcoterroristas.

Bullrich informou ainda que há 39 brasileiros presos na Argentina, sendo cinco integrantes do Comando Vermelho e “sete ou oito” do PCC, todos sob monitoramento rigoroso. “Eles estão muito isolados uns dos outros para que não tenham nenhum tipo de poder”, disse.

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