Maduro: 'mais de 80% dos venezuelanos estão dispostos a defender o país contra os EUA'
O presidente venezuelano fez um alerta para 'uma conjuntura histórica intensa'
247 - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que pelo menos “82% dos venezuelanos” estão dispostos a defender o país em luta armada, em caso de possíveis ataques dos Estados Unidos.
“Mais de 94% apoiam os esforços de paz em curso, e números gigantescos nunca vistos antes. 82% dos venezuelanos dizem estar dispostos a defender sua pátria sagrada com as armas em suas mãos. É o resultado de uma conjuntura histórica intensa”, disse Maduro na comemoração do 105º aniversário da Aviação Militar Bolivariana, na última quinta-feira (27).
“Esse número das pesquisas não é uma estatística; para nós, é um mandato histórico para defender a pátria e garantir a vitória. Sempre a vitória da independência e da paz”, acrescentou o presidente.
Os Estados Unidos realizaram ataques contra embarcações em áreas próximas ao continente sul-americano, resultando na morte de 83 pessoas e na destruição de 22 barcos. A primeira ação das forças norte-americanas contra um navio no Caribe ocorreu em 2 de setembro, deixando 11 mortos.
Entenda
Em agosto deste ano, Washington anunciou que passaria a atacar embarcações sob a justificativa de combater o narcoterrorismo. O governo de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, declarou ainda uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que permitissem a prisão ou condenação do líder venezuelano.
O presidente Trump também informou a suspensão de todos os repasses à Colômbia, governada por Gustavo Petro, alegando o mesmo motivo utilizado pelos EUA para tentar violar a soberania venezuelana.
Petróleo
Politicamente, a Venezuela é uma das principais frentes de resistência à hegemonia dos EUA em nível global. Outra questão para a relação delicada entre os dois países é o petróleo.
De acordo com número do site World Atlas, a Venezuela ficou em primeiro lugar entre os dez países com as maiores reservas de petróleo do mundo em 2024 (300,9 bilhões de barris), seguida por Arábia Saudita (266,5 bilhões de barris) e pelo Canadá (169,7 bilhões de barris).
A sequência da lista foi ocupada pelo seguintes países: Irã (157,8 bilhões de barris), Iraque (150 bilhões), Rússia (103,2 bilhões), Kuwait (101,5 bilhões), Emirados Árabes (97,8 bilhões), EUA (48,5 bilhões), e Líbia (48,4 bilhões). O Brasil ficou na 15ª posição, com 16,2 bilhões de barris, o que representou aproximadamente 1% das reservas globais.
Contexto global
A ampliação das ações militares dos EUA em países latino-americanos está inserida em um cenário mais amplo, marcado pelo fortalecimento de alianças do Sul Global que buscam contrapor a hegemonia política e econômica exercida por Washington.
O BRICS, bloco sediado na China, é um exemplo dessa articulação internacional que defende o multilateralismo em oposição ao modelo unilateral defendido pelos Estados Unidos.
Dentro do grupo — do qual o Brasil faz parte — avança o debate sobre a criação de uma moeda comum destinada a diminuir a dependência do dólar nas operações financeiras internacionais.
Em janeiro de 2025, sob presidência brasileira, o BRICS anunciou a incorporação de nove novos integrantes, entre eles Cuba e Bolívia. Os Estados Unidos realizaram ataques contra embarcações em áreas próximas ao continente sul-americano, resultando na morte de 83 pessoas e na destruição de 22 barcos. A primeira ação das forças norte-americanas contra um navio no Caribe ocorreu em 2 de setembro, deixando 11 mortos.



