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EUA mantêm aviões militares em patrulha quase permanente ao redor da Venezuela

Ordem do presidente Donald Trump para que companhias aéreas evitem o espaço aéreo venezuelano aumenta tensão na região

Caças estadunidenses F-16 (Foto: AP Photo)

247 – Aviões militares dos Estados Unidos têm patrulhado o espaço aéreo internacional ao redor da Venezuela “quase constantemente” nos últimos dias, segundo reportagem publicada neste sábado (29) pelo jornal The Washington Post e reproduzida pela agência Sputnik. O veículo cita um alto funcionário norte-americano sob anonimato como fonte da informação.

De acordo com a Sputnik, esse aumento de sobrevoos ocorre no contexto de uma escalada da presença militar norte-americana no Caribe, que Washington afirma estar relacionada ao combate ao tráfico de drogas. A agência lembra que a determinação foi reforçada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu a todas as companhias aéreas que considerem fechado o espaço aéreo “acima e ao redor da Venezuela”, sem fornecer justificativas.

Patrulhas “quase constantes” e pressão sobre companhias aéreas

Segundo o funcionário ouvido pelo Washington Post, citado pela Sputnik, as patrulhas fazem parte de “operações antidrogas” e de uma atuação mais agressiva dos EUA na região. Em setembro e outubro, navios e aeronaves norte-americanos destruíram diversas embarcações que, segundo Washington, transportavam drogas nas proximidades da costa venezuelana.

Apesar da ordem de Trump, dados de aeroportos e companhias aéreas consultados pela Sputnik mostram que voos para Caracas permanecem programados. Aeronaves da Turkish Airlines, da Copa Airlines e da Wingo seguem previstas para decolar de Havana, Cidade do Panamá e Bogotá rumo à capital venezuelana.

Operações dos EUA avançam e ampliam tensões com Caracas

A Sputnik recorda ainda que, em setembro, a rede NBC noticiou que os militares norte-americanos avaliavam opções para atacar supostos traficantes dentro do território venezuelano. Já no início de novembro, Donald Trump declarou que, em sua avaliação, “os dias do presidente Nicolás Maduro como chefe de Estado estavam contados”, embora tenha afirmado que Washington “não planejava ir à guerra” com Caracas.

O governo venezuelano não se pronunciou sobre os novos relatos de patrulhas, mas historicamente denuncia que operações dos EUA no Caribe violam sua soberania e fazem parte de uma estratégia de pressão política.

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