No encerramento da campanha presidencial em Honduras, candidata progressista promete reação firme contra tentativa de fraude
Candidata progressista acusa oposição de manipular o processo e detalha plano para proteger votos
247 - Durante o ato de encerramento da campanha eleitoral em Tegucigalpa, Rixi Moncada, candidata do Partido Liberdade e Refundação (Libre), apresentou as estratégias que, segundo ela, garantirão a transparência das eleições hondurenhas marcadas para o próximo domingo (30), informa o portal Cubadebate.
No comício, Moncada afirmou que seu programa de governo para 2026-2030 seguirá pautado pela democratização econômica, justiça social, soberania e pelo direito à verdade. Ela reiterou ainda que pretende dar continuidade ao processo de refundação nacional iniciado pela presidenta Xiomara Castro.
A campanha eleitoral tem sido marcada por temores de fraude, alimentados pela divulgação de áudios que envolveriam integrantes do antigo Partido Nacional, membros das Forças Armadas e até um chefe do Conselho Nacional Eleitoral. O episódio expôs falhas na simulação do Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (TREP), aumentando as suspeitas sobre tentativas de manipulação.
Moncada, acompanhada por dirigentes do Libre e pela própria presidenta Xiomara Castro, denunciou publicamente uma articulação da oposição para desestabilizar o pleito, gerar caos no dia da votação e interferir nos resultados preliminares. O plano, segundo ela, contaria com apoio internacional da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de congressistas republicanos e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que descreveu como “obediente”.
Os candidatos da oposição Salvador Nasralla (Partido Liberal) e Nasry Asfura (Partido Nacional) negaram qualquer envolvimento em planos de fraude, mas as declarações não dissiparam as desconfianças. Em seu discurso, Moncada não poupou críticas à elite econômica do país. “Nossa luta é contra as mesmas caras de sempre, contra os 25 grupos econômicos pertencentes às 10 famílias que orquestraram o golpe (de 2009), que cometeram fraude eleitoral, que saquearam este país, que se recusam a pagar impostos e que privatizaram a saúde e a educação. Vamos às urnas para enfrentá-los”, afirmou.
A candidata também ironizou a busca de apoio externo por parte dos adversários. “Eles foram para Washington porque não têm votos aqui, não têm gente, e os números não fecham para eles. A estratégia se voltou contra eles, e voltaram derrotados. Aqui, o futuro é definido pelo povo hondurenho”, declarou.
Moncada explicou que, segundo o Libre, a oposição controlaria o TREP e só enviaria atas que favorecessem Salvador Nasralla, fabricando uma tendência artificial no relatório preliminar. Para impedir essa manobra, orientou a militância a fotografar todas as atas finais de apuração e enviá-las ao sistema interno do partido, além de transportar as vias físicas para Tegucigalpa na noite da eleição. As atas originais seguirão em comboio oficial, escoltado pelas Forças Armadas.
Ela pediu aos representantes do Libre que acompanhem esse percurso. “Garantindo que nenhum veículo seja desviado ou comprometido por aqueles que já sabem que perderam a eleição”, afirmou. E reiterou que o partido não aceitará interferências no sistema. “Não aceitamos o sistema TREP hackeado, portanto, fiquem tranquilos. Realizaremos nossa própria pesquisa de boca de urna e nossa própria contagem rápida com 100% das 19.167 cédulas de apuração físicas. Estas eleições não serão roubadas e defenderemos nossos votos, nossa vitória”, concluiu.



