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Venezuela implanta plano emergencial para voos após ameaças dos EUA

Governo de Nicolás Maduro reage à orientação de Donald Trump e aciona ONU e OACI para barrar pressão sobre o espaço aéreo venezuelano

Caracas (Foto: Reuters/Jorge Silva)

247 - A Venezuela anunciou um conjunto de medidas emergenciais para organizar viagens internacionais de seus cidadãos após a orientação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu às companhias aéreas que tratassem o espaço aéreo venezuelano como fechado. Segundo a Sputnik Brasil, a ação gerou reação imediata de Caracas. que anunciou que irá acionar organismos multilaterais diante do que classificou como uma iniciativa “ilegítima e ilegal” por parte de Washington.

Medidas emergenciais para garantir circulação de viajantes

A vice-presidente Delcy Rodríguez afirmou que o governo está colocando em prática um protocolo especial para atender venezuelanos que precisam deixar o país ou retornar do exterior. Segundo ela, a ordem foi dada pelo presidente Nicolás Maduro após a escalada provocada pelas declarações de Trump.

No Telegram, Rodríguez explicou que a iniciativa responde diretamente ao movimento de Washington. “O governo dos EUA está atendendo ao pedido de Maria Machado [líder da oposição venezuelana] para bloquear o espaço aéreo da Venezuela. Em resposta a essa agressão, o presidente Nicolás Maduro ordenou um plano especial para o retorno de venezuelanos retidos em outros países, bem como para facilitar rotas de saída para aqueles que precisam viajar para fora do nosso território”, declarou.

Caracas recorre a organismos internacionais

Segundo o governo venezuelano, os mecanismos multilaterais previstos no direito internacional já foram acionados para tentar interromper imediatamente a orientação norte-americana. A iniciativa, de acordo com a reportagem, inclui apelos formais à Organização das Nações Unidas e à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), às quais Caracas pede que condenem a postura de Washington. O governo venezuelano ressalta que a medida dos Estados Unidos representa uma ameaça de uso da força e viola princípios básicos de soberania.

Escalada militar reforça clima de tensão

Os EUA alegam que sua presença militar no Caribe tem como foco o combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, forças estadunidenses destruíram embarcações que diziam transportar drogas perto da costa da Venezuela, embora não tenham apresentado provas das alegações. Segundo a NBC, militares dos EUA estudavam opções para atacar grupos considerados narcotraficantes dentro do território venezuelano, 

A tensão cresceu ainda mais após declarações de 3 de novembro, quando Trump afirmou que os “dias de Maduro estavam contados”, apesar de negar planos de uma ação militar direta contra a Venezuela. Para Caracas, essas afirmações representam provocação e tentativa de desestabilização regional. O governo ve nezuelano destaca que tais ações também contrariam tratados internacionais que definem o Caribe como zona desmilitarizada e livre de armas nucleares. 

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