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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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Adeus ano velho

2025 não foi um ano ruim. Cheio de dificuldades, é claro, mas também marcado por conquistas sólidas e duradouras

Adeus ano velho (Foto: ag. Brasil)

Dezembro tem dessas coisas. Ele mexe com a gente. As luzes se acendem, as conversas ficam mais leves, as pessoas passam a olhar para frente com um pouco mais de esperança, acreditando que o ano que vem será melhor do que o que está terminando. É quase um acordo coletivo silencioso de que o futuro sempre pode ser mais justo, mais generoso, mais humano.

Mas, sendo honestos, dá para dizer que 2025 não foi um ano ruim. Cheio de dificuldades, é claro, mas também marcado por conquistas sólidas e duradouras. Os números ajudam a explicar esse sentimento que muita gente já percebe no dia a dia. O desemprego caiu ao menor nível da série histórica, com mais de 102 milhões de brasileiros e brasileiras ocupados e crescimento consistente do emprego formal. Isso não é detalhe técnico, é comida na mesa, aluguel pago, filho na escola, dignidade recuperada. A massa de renda bateu recorde, mostrando que o trabalho voltou a ser motor de desenvolvimento, e não apenas estatística fria em relatórios.

Outro avanço concreto foi a ampliação da isenção do Imposto de Renda. Milhões de trabalhadores que ganham até R$ 5 mil deixaram de pagar imposto, e outros tantos passaram a pagar menos. É uma mudança que parece simples, mas que tem impacto direto na vida real. Mais dinheiro circulando, mais consumo local, mais fôlego para quem sempre pagou a conta mais pesada de um sistema tributário injusto. E tudo isso sem irresponsabilidade fiscal, porque quem ganha muito, muito mesmo, passa a contribuir mais. Justiça social também se faz assim.

Na vida prática, o Pix virou símbolo de um Brasil que funciona. Em cinco anos, transformou completamente a forma como as pessoas lidam com dinheiro. Facilitou a vida do pequeno comerciante, do trabalhador informal, de quem mora longe dos grandes centros. Reduziu custos, aumentou segurança e promoveu inclusão financeira em escala inédita. Não é exagero dizer que o Pix virou orgulho nacional.

No cenário internacional, o Brasil também voltou a se colocar de pé. A postura do presidente Lula diante das pressões dos Estados Unidos e de outras potências mostra um país que não aceita mais ser tratado como quintal de ninguém. Lula fala de igual para igual, defende a soberania nacional, o multilateralismo e a paz. A nação voltou a ser respeitada porque voltou a ter projeto, voz e compromisso com o diálogo, sem submissão.

Isso não significa que tudo são flores. O Congresso segue sendo, em muitos momentos, um grande obstáculo. A aprovação de projetos como o PL da Dosimetria, que representam retrocessos e atendem a interesses punitivistas e conservadores, é um alerta permanente. Mas esses episódios não podem apagar o quadro geral. Não podem esconder o fato de que o país avançou, de que a vida das pessoas melhorou, de que o Estado voltou a cumprir seu papel.

A luta continua, e continuará sendo dura. Direitos nunca vêm de graça. Mas é preciso reconhecer quando estamos avançando. O Brasil de hoje não é mais o país do ódio institucionalizado, da mentira como política de governo e do desprezo pelos mais pobres. É um Brasil que voltou a ter futuro.

Se dezembro é tempo de esperança, que ela venha acompanhada de consciência. Nosso país está melhor porque escolheu um caminho diferente. E é esse caminho que precisa ser defendido, aprofundado e protegido. Porque quando o povo melhora de vida, a democracia também agradece.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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