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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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Bolsonaro na cadeia

Família reforça crise ao apostar em ações que agravam situação e levam Bolsonaro à condição de presidiário

Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

Não, não se trata de uma palavra de ordem. Nem de um desejo. É uma informação. Mas eu não vou utilizar este espaço para comemorar. Mesmo que os milhares que perderam suas vidas durante a pandemia, pelas atitudes criminosas dele, mereçam. Mesmo que a nossa democracia, atacada pela sua tentativa de golpe, exija. Afinal de contas, as redes sociais já estão repletas de peças bastante criativas e que cumprem esse objetivo.

Mas, antes de analisar mais um erro estratégico da família Bolsonaro, é importante destacar que ele teria tentado romper a tornozeleira à zero hora e oito minutos deste sábado. Achou, talvez, que a Polícia Federal estaria dormindo, como tantas vezes esteve durante o seu governo. O rompimento indicaria uma tentativa de fuga. Logo, os argumentos para a prisão preventiva estão absolutamente fundamentados.

Os extremistas erraram mais uma vez em sua estratégia. Já haviam tropeçado com a ida de Eduardo para os Estados Unidos, para articular medidas econômicas e políticas contra o Brasil com o governo Trump, numa demonstração clara de tentativa de interferir em um processo judicial contra o seu pai. O resultado nós já sabemos: após o impacto negativo, aqui e lá, Lula cresceu, o bolsonarismo reduziu sua importância e Trump descartou a família.

E agora eles voltam a errar feio. E, mais uma vez, com um dos filhos como protagonista. Desta vez, Flávio Bolsonaro. A convocação de uma “vigília” para hoje, em frente à casa do condenado, evidentemente tratava-se de um chamamento à mobilização para criar um clima contrário às decisões do Supremo Tribunal Federal e, quiçá, à montagem de um teatro que possibilitasse a fuga de Bolsonaro para alguma embaixada aliada. A tentativa de rompimento da tornozeleira seria mais um indicativo.

Mas por que tantos erros são cometidos? A explicação, penso, está na psicologia. A superbia, palavra latina que significa arrogância e que dá origem à palavra “soberba”. Os Bolsonaro’s carregam um forte sentimento de superioridade que os eleva a seres arrogantes, fazendo com que se considerem melhores e mais espertos que todos os demais seres humanos na Terra. Já desenvolveram o vício da soberba, que resulta no desprezo pelos outros, numa autossuficiência excessiva e numa falta de humildade absoluta. Não reconhecem seus erros, tampouco aprendem com eles. Beira a imbecilidade.

Justamente quando a defesa jurídica de Jair Bolsonaro faz pedido de prisão domiciliar, os imbecis aprontam essa. Acabaram de condená-lo à cadeia. Tudo bem que pode ser em uma sala com TV, frigobar e ar-condicionado. Mas, sim: Bolsonaro é um presidiário.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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