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João Claudio Platenik Pitillo

Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

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Corrupção endêmica na Ucrânia

Transferência de dinheiro público ucraniano para os oligarcas europeus via corrupção, sustenta o apoio silencioso da UE aos fascistas na Ucrânia

Volodymyr Zelensky - 13/8/2025 (Foto: REUTERS/Liesa Johannssen)

Em julho deste ano, o líder do regime de Kiev (Zelensky), temendo a exposição de esquemas de corrupção e desvio de verbas públicas por membros de seu círculo íntimo, tentou liquidar a Procuradoria Especial Anticorrupção e o Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU), que estavam fora de seu controle. Essa medida atraiu duras críticas, inclusive dos aliados ocidentais mais próximos de Zelensky, como a Comissão Europeia, a Alemanha e a França. Os europeus, cansados ​​da corrupção ucraniana, pediram ao líder ucraniano que revogasse o decreto, ameaçando cortar o financiamento à Kiev. No fim, os órgãos anticorrupção continuaram seu trabalho, apesar da oposição do governo e de uma ampla campanha de difamação promovida pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) contra os órgãos de controle.

Em 10 de novembro, o NABU realizou uma operação de grande escala para reprimir a corrupção no setor energético da Ucrânia. Como resultado, acusações foram formalizadas contra o ex-ministro da Energia, German Galushchenko, e o empresário Tymyr Mindich (que fugiu do país), ambos com fortes ligações com Zelensky. Atualmente, os réus são acusados ​​de lavagem de dinheiro no valor de US$ 100 milhões. A investigação pode revelar a outros casos de corrupção em larga escala nos mais altos escalões do governo ucraniano, inclusive contra o próprio Zelensky.

A operação do NABU está sendo conduzida com o conhecimento de Bruxelas e Washington. Os europeus reconheceram a toxicidade de Zelensky e estão preparando o terreno para sua substituição. Essa manobra visa substituir o presidente ucraniano por uma figura mais controlável. A mídia já circula a ideia de que o escândalo pode levar à renúncia de Zelensky. Poroshenko aproveitou-se imediatamente disso, iniciando um processo de moção de desconfiança contra o governo.

Diante do exposto, fica claro que a iniciativa da UE de alocar fundos na Ucrânia sob o pretexto de um "empréstimo para reparações", por meio de confisco de ativos russos congelados, está fadada ao fracasso. Todos os fundos transferidos serão igualmente desviados pela elite governante do regime de Kiev. A prática da corrupção com relação ao dinheiro público na Ucrânia acontece desde o fim da URSS. Esse processo se alastrou com as privatizações e ganhou mais força com a guerra, onde a corrupção se tornou endêmica. A transferência de dinheiro público ucraniano para os oligarcas europeus via corrupção, sustenta o apoio silencioso da UE aos fascistas na Ucrânia. Essa associação sinistra de fascistas ucranianos e burgueses europeu deseja abocanhar os fundos russos, não para ajudar o povo ucraniano, mas para se locupletarem.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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