Chefe de gabinete de Zelensky renuncia sob pressão de investigação
Andriy Yermak deixa o governo após operação anticorrupção atingir sua residência e amplia tensão política em Kiev
247 - A renúncia de Andriy Yermak, chefe de gabinete e aliado mais próximo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, foi confirmada nesta sexta-feira (28). A saída foi inicialmente divulgada pela Reuters, que relatou que agentes anticorrupção realizaram buscas na casa do dirigente em meio a um escândalo que atinge altos escalões do governo.
Segundo a Reuters, Yermak é, até agora, o nome de maior peso a cair na investigação, que já levou dois ministros a deixarem seus cargos, e sua saída aumenta o isolamento político de Zelensky num momento de forte pressão dos Estados Unidos para avanços em negociações de paz com Moscou.
Figura central do governo
Advogado e empresário do setor de mídia, Yermak tornou-se interlocutor-chave do governo ucraniano desde 2019. Ao longo da guerra, atuou nas negociações com Washington, nos esforços diplomáticos e na coordenação de trocas de prisioneiros, além de acompanhar Zelensky em missões internas e externas.
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento, Oleksandr Merezhko, afirmou à agência que a decisão fortalece o governo: “Esta é a decisão correta tanto da parte de Yermak ... quanto da parte do presidente”.
Investigação atinge núcleo político
As autoridades anticorrupção não detalharam o motivo das buscas, e Yermak disse colaborar com a investigação. O escândalo envolve um suposto esquema de controle de contratos de energia avaliados em US$ 100 milhões, que teria provocado forte indignação pública em meio aos ataques russos contra a infraestrutura ucraniana.
Embora não seja investigado formalmente, Yermak tornou-se alvo de críticas de parlamentares da oposição e de integrantes da própria base aliada.
Em pronunciamento na sexta-feira (28), Zelensky confirmou ter aceitado a renúncia para encerrar especulações: “Quero que não existam rumores ou especulações”.



