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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Juiz, policial, editor-chefe

"Comandados agora por jornalistas que envergonham os colegas, e que serão lembrados no futuro pela subserviência, ignorância, covardia e mau-caratismo os principais jornais, revistas e telejornais tornaram-se porta-vozes de um juiz de primeira instância chamado Sergio Moro, que também assumiu o papel de policial e é cada vez mais, o editor-chefe de toda a grande imprensa", escreve Alex Solnik, colunista do 247; "Os mesmos jornais que em letras garrafais aplaudiram a ruptura democrática tiveram as redações invadidas por censores a serviço dos generais e, para não rodarem seus exemplares com espaços em branco publicaram receitas de bolo na primeira página", lembra ele; "Não existe imprensa livre sem democracia, nem democracia sem imprensa livre", ressalta

"Comandados agora por jornalistas que envergonham os colegas, e que serão lembrados no futuro pela subserviência, ignorância, covardia e mau-caratismo os principais jornais, revistas e telejornais tornaram-se porta-vozes de um juiz de primeira instância chamado Sergio Moro, que também assumiu o papel de policial e é cada vez mais, o editor-chefe de toda a grande imprensa", escreve Alex Solnik, colunista do 247; "Os mesmos jornais que em letras garrafais aplaudiram a ruptura democrática tiveram as redações invadidas por censores a serviço dos generais e, para não rodarem seus exemplares com espaços em branco publicaram receitas de bolo na primeira página", lembra ele; "Não existe imprensa livre sem democracia, nem democracia sem imprensa livre", ressalta (Foto: Alex Solnik)
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Não me lembro de nenhuma outra época da nossa história dos últimos 50 anos em que a imprensa de massa tenha se deixado aviltar e apequenar tão acintosamente como hoje.

Não à toa, escuta-se cada vez mais comentários tais como "não leio mais a Folha", "cancelei a assinatura da Veja", "não consigo mais ver a Globo News", "não ouço mais a Jovem Pan".

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Nunca, em alguma outra ocasião, os editores-chefes dos principais órgãos de imprensa falada, escrita e televisada abriram mão dos princípios básicos do jornalismo, tais como somente publicar depois de checar a informação com ao menos duas fontes, não publicar informações que não respondam satisfatoriamente às cinco perguntas – o que, onde, porque, quando, como – e jamais levar à manchete do jornal ou à capa da revista informações que a matéria publicada no miolo não confirma.

Na vigência da ditadura militar, muitas vezes tais critérios foram abandonados, mas não por decisão dos editores e sim pela imposição da censura ou dos patrões.

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Mesmo submetidos ao tacão militar, os jornais, comandados por grandes jornalistas, tais como Mino Carta e Claudio Abramo, para citar apenas dois, lutavam contra as imposições da forma que podiam e, quando eram obrigados a abrir mão do exercício pleno da imprensa livre e ética, preferiam demitir-se ou ser demitidos, tal como ocorreu com os dois citados, Mino defenestrado da Veja e Abramo, da Folha.

Comandados agora por jornalistas que envergonham os colegas, e que serão lembrados no futuro pela subserviência, ignorância, covardia e mau-caratismo os principais jornais, revistas e telejornais tornaram-se porta-vozes de um juiz de primeira instância chamado Sergio Moro, que também assumiu o papel de policial e é cada vez mais, o editor-chefe de toda a grande imprensa.

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Ele se transformou no oráculo, na fonte única, usando a seu bel prazer os meios que deveriam informar a verdade, com a conivência dos editores e dos patrões para atingir seu objetivo que é criminalizar a classe política e convencer a população de que é preciso derrubar o governo atual.

Todas as "informações" oriundas do chefe da "República de Curitiba" são publicadas sem nenhum questionamento, sem serem checadas. Tudo o que acontece nesse pedaço do Brasil onde ele faz e desfaz é imediatamente acatado e aplaudido pelos editoriais, pelas manchetes, pelas capas, como se fosse a verdade absoluta, sem nenhum respeito aos direitos humanos. Todas as flagrantes ilegalidades, que chegaram ao auge com o grampo da presidente da República são vendidas aos leitores como eventos normais de uma suposta democracia.

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Tais "editores" e "colunistas", com honrosas exceções, das quais a voz mais sensata e ao mesmo tempo mais incisiva é a de Jânio de Freitas, com seus 83 anos honrados e bem vividos se esquecem das duas fases que seus colegas mais antigos enfrentaram em anos recentes.

Antes do golpe de 64, os mesmos órgãos de imprensa que agora pregam a deposição da presidente Dilma e com suas manchetes incendiárias alimentam os artificiais "movimentos de rua", também se apressavam em pedir e até exigir a deposição de João Goulart com manchetes tonitruantes tais como "Basta!", "Chega!" e ofereciam espaços generosas a manifestações golpistas como a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade".

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No entanto, consumado o golpe militar, com seu decidido apoio, patrões e jornalistas acordaram para a realidade de que as principais vítimas, depois dos políticos, seriam eles.

Os mesmos jornais que em letras garrafais aplaudiram a ruptura democrática tiveram as redações invadidas por censores a serviço dos generais e, para não rodarem seus exemplares com espaços em branco publicaram receitas de bolo na primeira página.

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Não existe imprensa livre sem democracia, nem democracia sem imprensa livre.

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