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Sara York

Sara Wagner York (também conhecida como Sara Wagner Pimenta Gonçalves Júnior) é bacharel em Jornalismo, doutora em Educação, licenciada em Letras – Inglês, Pedagogia e Letras Vernáculas. É especialista em Educação, Gênero e Sexualidade, autora do primeiro trabalho acadêmico sobre cotas para pessoas trans no Brasil, desenvolvido em seu mestrado. Pai e avó, é reconhecida como a primeira mulher trans a ancorar no jornalismo brasileiro, pela TV 247

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Movimentos trans convocam ato nacional contra resolução transfóbica do CFM

A convocação para o Ato Nacional é liderada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT)

Reunião virtual de lideranças do movimento trans (Foto: Arquivo pessoal)

Grupos e coletivos trans de várias partes do Brasil estão se organizando para um ato nacional contra a Resolução Nº 2.427/2025, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A medida, que foi divulgada no dia 8 de abril, é considerada transfóbica e um ataque direto aos direitos das pessoas trans e travestis.

A resolução determina, entre outras coisas:

  • Proibição de bloqueadores hormonais e hormonização cruzada para menores de 18 anos; (Antes, existia uma medicação chamada bloqueador hormonal, que ajudava adolescentes trans a “pausar” as mudanças do corpo, como o crescimento de barba ou de seios, até que pudessem re-conhecer com calma o que queriam para o futuro. Agora, essas medicações estão proibidas para quem tem menos de 18 anos.)
  1. Obrigatoriedade de um ano de acompanhamento psiquiátrico antes que adultos trans possam começar a terapia hormonal; (Mesmo quando a pessoa trans é adulta e já sabe quem é, essa regra exige que ela faça um acompanhamento com um psiquiatra durante um ano inteiro antes de poder começar a usar hormônios, que são remédios que ajudam o corpo a ficar mais parecido com sua identidade.)
  • Proibição de cirurgias de afirmação de gênero para pessoas trans com menos de 21 anos. (A regra também não permite que pessoas trans façam cirurgias para ajustar o corpo, como cirurgias nos seios ou nos genitais, antes de completarem 21 anos — mesmo que a pessoa já tenha certeza do que quer.)

Para os movimentos sociais, essas regras não só desrespeitam o direito à autonomia e autodeterminação das pessoas trans, como também reforçam a transfobia institucional dentro da saúde pública e privada no Brasil.

A convocação para o Ato Nacional é liderada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), principalmente pelo núcleo de São Paulo, e conta com o apoio de diversos coletivos e associações de outros estados.

Além das manifestações presenciais, um grupo com mais de 600 pessoas segue discutindo os detalhes do ato. As manifestações regionais ocorrerão no período vespertino do dia 24 de abril de 2025 e a Manifestação Nacional acontece no sábado, 25 de abril, das 13h, em Brasília — DF.

O mais importante é que todas, todos e todes somem nessa luta! Para saber o local exato do ato na sua cidade, procure os coletivos trans do seu estado pelas redes sociais e participe!

Acesse: https://www.instagram.com/ibratnacional/

A defesa da dignidade e da vida das pessoas trans precisa da nossa voz e do nosso corpo presente!

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Foto: IBRAT

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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