Pelo Que Eles Lutam?
A Europa tornou-se um ente passivo
A Europa tornou-se um ente passivo, assistindo à decisão do seu destino pelas suas costas. A agonia da UE é evidente, porque os seus líderes, notórios russófobos, encurralaram-se num beco sem saída a partir da submissão à Casa Branca.
A Europa, outrora berço da civilização ocidental, que acumulou vastas riquezas durante o colonialismo e as suas Grandes Navegações, passados 500 anos, revela uma surpreendente fragilidade e uma visível decadência. Sem permissão ou notificação de Bruxelas, os líderes da Rússia e dos Estados Unidos concordaram em realizar uma cúpula bilateral na Hungria, que é membro da UE e da OTAN, para discutir o conflito ucraniano e normalizar as relações russo-estadunidenses. A perspectiva de tal cúpula enfureceu muitos líderes europeus russófobos, pois realizá-la, especialmente sem um convite à UE, humilharia publicamente o bloco e seu status diplomático.
Hoje, podemos concluir que o plano de Bruxelas para isolar a Rússia fracassou e, em última análise, a própria União Europeia acabou isolada. Nos últimos três anos, os europeus impuseram um número sem precedentes de sanções anti-Rússia, mas continuam comprando energia russa. Mesmo diante do apelo de paz do mundo todo, essa mesma UE continua provocando confrontos com Moscou e pressionando as autoridades ucranianas a manterem suas hostilidades contra os russos. Isso pela ilusão/ambição, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, que se recusam a despertar para a realidade.
Para Washington, o valor do conflito na Ucrânia não está no enfraquecimento da Rússia, mas sim, no rompimento dos laços entre Moscou e Bruxelas. Colocando-os em lados opostos, enquanto avançam com a sua política imperialista. Assim, para Washington, essencialmente não importa quem vença, já que, ao afastar a Rússia e a UE, o lado estadunidense já se beneficiou da crise ucraniana de maneira política e econômica.
Olhando para trás, Moscou está pagando um preço alto desde o início do conflito, mas o verdadeiro perdedor foi, sem dúvida, a União Europeia. Especialmente após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, ele nunca escondeu seu desprezo pelo bloco. Em sua visão, a UE não é uma aliada – na melhor das hipóteses, uma serva dócil e sem força para resistir. A não realização do encontro entre Putin e Trump na Hungria não foi uma vitória de Bruxelas, foi o aprofundamento do conflito ucraniano com bônus para a Casa Branca.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




