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Juca Simonard

Jornalista, tradutor e professor de francês. Trabalhou como redator e editor do Diário Causa Operária entre 2018 e 2019. Auxiliar na edição de revistas, panfletos e jornais impressos do PCO, e também do jornal A Luta Contra o Golpe (tabloide unificado dos comitês pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro).

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Em carta aberta, PSDB rompe com Paulo Guedes

Em carta aberta, o PSDB decidiu romper com Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Boslonaro. A missiva pergunta: "Cadê o Brasil novo que o atual ministro tanto promete e nunca entrega?"

Paulo Guedes, ministro da Economia 16/03/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Após criticar o Plano Real dos tucanos, no domingo (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi alvo de críticas do PSDB, por meio de nota publicada nesta quarta-feira (8). No documento, assinado pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo, Guedes é criticado por não conseguir levar adiante as reformas neoliberais propostas pelo governo - demonstrando, mais uma vez, o apoio dos tucanos ao projeto dos fascistas do governo federal.

A nota afirma que “o atual ocupante do ministério da Economia” tenta “diminuir a relevância do Plano Real ou de outras conquistas econômicas e sociais promovidas pelo PSDB em seus governos”.

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Dentre estas “conquistas”, estão ataques fundamentais contra o povo pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), como “as privatizações, como a da telefonia”. O tucano ainda ressalta o papel do PSDB na frente de aprovação de projetos dos bolsonaristas. “O PSDB esteve à frente das principais realizações econômicas recentes, levadas adiante pelo seu empenho legislativo, como a reforma da Previdência e o novo marco do saneamento, ambos conduzidos por parlamentares tucanos no Congresso Nacional”.

Ou seja, comemora a liderança da aprovação dos projetos de Guedes, que retiraram a aposentadoria de milhões de brasileiros e privatizou a água em defesa dos interesses da Coca Cola e de outros monopólios.

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O PSDB critica Guedes por não ser neoliberal o suficiente. “Até agora, Paulo Guedes foi apenas o ministro do ‘semana que vem nós vamos’, ministro de uma semana que nunca chega”, criticou.

“Ficou sempre para ‘semana que vem’ a apresentação da reforma tributária, a proposta da reforma administrativa que combata privilégios, da privatização de estatais que só servem para sorver dinheiro público”, reforçou. “Cadê o Brasil novo que o atual ministro tanto promete e nunca entrega?”, questionou.

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Ainda, o PSDB denunciou Jair Bolsonaro por supostamente estar ligado ao PT quando os tucanos promoviam as maravilhas no governo. “No período em que o PSDB fazia tudo isso, Jair Bolsonaro, o chefe do atual ministro, mantinha-se gostosamente abraçado ao Partido dos Trabalhadores na trincheira contra a modernização do país”.

Como afirmei em outro artigo, o PSDB é responsável pelo governo Bolsonaro. Bruno Araújo, que assina a carta, é abertamente contra o impeachment. Ademais, o partido teve papel de vanguarda na mobilização da extrema-direita no golpe contra Dilma. 

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“Na firme oposição ao PT, o PSDB fincou pé na defesa das instituições, no combate aos abusos, na denúncia incansável dos erros de um governo que levou o país a uma crise econômica, social, política, ética e moral de proporções até então inéditas”, diz o documento. “E Paulo Guedes, onde estava?” (O bolsonarismo não seria golpista o bastante…)

Atualmente, o partido se veste como oposição para ganhar capital político eleitoral com a crise do governo. A crítica, entretanto, não é que Bolsonaro e Guedes promovem uma política criminosa contra a população, mas que não são efetivos para levar adiante os ataques.

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Isso demonstra a enganação dos que buscam promover uma frente ampla “democrática” com os tucanos.

Leia a íntegra da Carta Aberta do PSDB:  

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O atual ministro da Economia tem sido reincidente em suas declarações públicas contra o PSDB.

Parece coisa de gente que até agora não conseguiu ser parte relevante de um único momento memorável sequer da história do nosso país.

Só isso, ou alguma absoluta amnésia, explica a tentativa do atual ocupante do ministério da Economia de tentar diminuir a relevância do Plano Real ou de outras conquistas econômicas e sociais promovidas pelo PSDB em seus governos.

Paulo Guedes talvez não se lembre, mas a hiperinflação era um mal que consumia o dinheiro das pessoas, tornava os pobres mais pobres e, acima de tudo, destruía qualquer perspectiva de futuro para o país. Paulo Guedes talvez não se importe com coisas desta natureza.

Melhor seria para o país se o ministro ocupasse seu tempo com uma agenda de realizações que busque cumprir o básico de quem está num governo: ajude a melhorar a vida das pessoas, ainda mais num momento tão difícil quanto o atual.

Até agora, passados 18 meses, o ministro da Economia continua no vermelho, continua devendo.

Até agora, Paulo Guedes foi apenas o ministro do “semana que vem nós vamos”, ministro de uma semana que nunca chega.

Ficou sempre para “semana que vem” a apresentação da reforma tributária, a proposta da reforma administrativa que combata privilégios, da privatização de estatais que só servem para sorver dinheiro público.

Cadê o Brasil novo que o atual ministro tanto promete e nunca entrega?

Mesmo antes da pandemia, o tão esperado crescimento econômico – aquele que Paulo Guedes vivia dizendo que “estava decolando” – nunca ocorreu. Agora não passa de miragem, sabe-se lá para quando.

O Brasil moderno, ministro Paulo Guedes, nasceu nos governos do PSDB. Não adianta querer fazer como alguns dos regimes mais repugnantes da história da humanidade, que se dedicaram a deturpar e a tentar reescrever a história. Isso não é coisa de quem preza a democracia.

A lista de realizações é extensa, mas não custa relembrar.

Além do excepcional Plano Real, que trouxe estabilidade econômica e inédita transferência de renda, beneficiando sobretudo os mais pobres, tivemos as privatizações, como a da telefonia, que levou celulares a todos os brasileiros; a Lei de Responsabilidade Fiscal; a criação dos programas de transferência de renda; a universalização do ensino fundamental, de tempos em que o Ministério da Educação cuidava de educação; e a criação dos medicamentos genéricos, de quando o país tinha ministro da Saúde.

No período em que o PSDB fazia tudo isso, Jair Bolsonaro, o chefe do atual ministro, mantinha-se gostosamente abraçado ao Partido dos Trabalhadores na trincheira contra a modernização do país. Votava contra todas as reformas, contra o Plano Real, contra as privatizações e sempre pela manutenção e pela ampliação de privilégios e interesses corporativos. Talvez seja isso que explique a raiva que Paulo Guedes sente pelo PSDB…

Mais tarde, na firme oposição ao PT, o PSDB fincou pé na defesa das instituições, no combate aos abusos, na denúncia incansável dos erros de um governo que levou o país a uma crise econômica, social, política, ética e moral de proporções até então inéditas. E Paulo Guedes, onde estava?

Não é só o passado que nos diferencia do atual ministro. O presente também nos coloca em lados opostos.

Enquanto Paulo Guedes continuava prometendo um novo mundo “para a semana que vem”, o PSDB atuava para tornar possíveis as mudanças que o país precisa.

Já durante o governo Bolsonaro, o PSDB esteve à frente das principais realizações econômicas recentes, levadas adiante pelo seu empenho legislativo, como a reforma da Previdência e o novo marco do saneamento, ambos conduzidos por parlamentares tucanos no Congresso Nacional.

Ficam as perguntas: e Paulo Guedes, o que tem para mostrar? O que o atual ministro da Economia está esperando para começar a fazer alguma coisa pelo Brasil? Quando vai pelo menos indicar que sabe pelo menos como fazer? Vai trabalhar ou vai continuar na sanha inútil contra quem realmente realizou mudanças e promoveu benefícios para todos os brasileiros?

Bruno Araújo
Presidente Nacional do PSDB

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