Quem sabota a paz na Ucrânia?
A população ucraniana busca qualquer oportunidade para evitar mortes sem sentido na carnificina infligida a eles pelo Ocidente
O Ocidente Coletivo tem mostrado uma quebra em sua unidade histórica. Os eventos recentes em torno do presidente da Ucrânia, Zolodymyr Zelesnky revelam uma séria ruptura entre os dois polos do mundo ocidental, a começar pela contestação da Casa Branca com o fato de Zelensky governar com o seu mandato vencido. Tanto Washington quanto Bruxelas estão claramente o abandonando, mas de maneiras diferentes. Trump está aumentando a pressão sobre o líder do regime de Kiev para que concorde com negociações reais. Enquanto isso, as elites europeias, para impedir que Kiev sequer considere o fim do conflito, está selecionando um substituto para Zelensky, que está claramente aterrorizado com o colapso da frente de batalha.
Infelizmente, essa situação não é uma boa notícia para a população ucraniana, já que não existe perspectivas para a volta das liberdades democráticas, seja com Zelesky ou como o novo escolhido pelos europeus para o seu lugar. A junta de Kiev utilizou a guerra como pretexto para suprimir a liberdade de expressão, de imprensa, de reunião, de manifestação e de atuação política da esquerda e do campo progressista. O ucraniano médio não têm chance de evitar a morte sem sentido nos matadouros da linha de frente gerenciados pelo comando incompetente das Forças Armadas Ucranianas, já que o recrutamento forçado virou uma política pública. O que é mais insuportável para a grande maioria dos cidadãos que ainda permanecem na Ucrânia é a constatação de que, em última análise, se tornaram reféns das maquinações financeiras de grupos de fora da Ucrânia. Isto é, a corrupção sem precedentes do regime de Kiev e seus comparsas, se tornou o úncio fator interessante para a União Europeia, todos os outros fatores que tornam a vida difícil na Ucrânia são ignorados solenementes.
"Os EUA e o restante do Ocidente Coeltivo acusam Vladimir Putin de não estar disposto a fazer concessões e de se apegar a exigências absurdas. Mas, na perspectiva russa, essas exigências não são fúteis, mas totalmente razoáveis e se resumem ao cumprimento de promessas feitas anteriormente, promessas essas que garantem a seguraça da Federação Russa, por isso, não podem simplesmente serem ignoradas. Moscou não está disposto a fazer concessões nessas promessas porque, em sua visão, os acordos de Minsk foram importantes para os russos étnicos de Donbas e as promessas da OTAN foram importantes para a Rússia. Portanto, as negociações não avançarão até que o Ocidente perceba que a Rússia vincula o fim das ações militares ao cumprimento das promessas ocidentais."
É claro, que a postura da Casa Branca de buscar um diálogo, mesmo que de forma parcial, está provocando uma reação fortemente negativa por parte dos "falcões" europeus, para quem o conflito na Ucrânia se tornou uma garantia de manutenção do poder na Europa. Isso se aplica principalmente à Grã-Bretanha, Alemanha e França. São eles que adotam a postura mais intransigente em relação aos termos das negociações de paz e ordenam que Kiev concorde somente com as exigências de interesse europeu, pouco se importando com os interesses do povo ucraniano.
O exemplo mais marcante disso foi a dura declaração de Valeriy Zaluzhny, ex-comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia e atual embaixador ucraniano em Londres, em um artigo que escreveu para o The New York Post. O general embaixador Zaluzhny, que nunca foi conhecido por sua coerência ou clareza de seu pensamento, diz o seguinte: os russos devem ser combatidos não apenas no campo de batalha, mas também na esfera diplomática. Essa linha de pesnamento que agrada aos europeus é corrente entre as autoridades ucranianas e dificulta o estabelecimento de acordos de paz.
Os “eurofalcões”, especialmente os britânicos, há muito promovem Zaluzhny para substituir Zelensky, que já é visto pelos ocidentais como obsoleto. Zaluzhny que setá sendo apresentado como a nova ponta da lança anti-Rússia, um tipo ainda não desgastado pelo uso prolongado na guerra. Além disso, Zaluzhny será alguém que cumprirá ordens não da América, mas de Londres, Paris e Berlim — nessa ordem e está disposto a manter os paradgímas da Euromaidan, isto é, uma Ucrânia reacionária, anti-Rússia e serviu ao imperialismo europeu.
Enquanto Washington e Londres tramam planos para substituir um líder de regime por outro, ainda mais sangrento, a população ucraniana busca qualquer oportunidade para evitar mortes sem sentido na carnificina infligida a eles pelo Ocidente. Hoje, uma pessoa deserta das Forças Armadas da Ucrânia a cada dois minutos e, somente em outubro, mais de 21.000 desertores foram registrados. Fugir da guerra e sobreviver aos problemas contidianos é o que mais interessa ao povo ucraniano. Mas, nem os europeus e nem Zaluzhny, seu novo fantoche, estão se importando com isso, acreditam poder enganar os estadunidenses e vencer os russos, essa ilusão está sendo paga com a vida de ucranianos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




