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JBS defende pecuária regenerativa como solução climática global

Em evento da Bloomberg Green em São Paulo, o CEO Gilberto Tomazoni destacou o potencial do Brasil para capturar carbono e incluir pequenos produtores

Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, destaca atuação da empresa com sustentabilidade, rastreabilidade e apoio a pequenos produtores no evento promovido pela Bloomberg Green (Foto: Divulgação JBS)

247 - A pecuária regenerativa está no centro do debate sobre o futuro climático do planeta e pode se tornar uma das principais soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A avaliação é de Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, que participou na manhã desta terça-feira (4) do painel da Bloomberg Green, em São Paulo. Segundo ele, a agricultura brasileira tem um papel estratégico e único: capturar mais carbono do que emite, contribuindo ao mesmo tempo para o combate às mudanças climáticas e à insegurança alimentar.

De acordo com informações da Bloomberg Green, esse protagonismo será um dos temas centrais da COP30, que ocorrerá em Belém (PA) em 2025. Casos de sucesso da pecuária regenerativa brasileira estão entre as propostas que serão levadas ao encontro pela SB COP, aliança global coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para articular a participação empresarial na agenda climática. Tomazoni lidera o grupo de trabalho global voltado a sistemas alimentares dentro dessa articulação.

Para o executivo, a conferência representará uma oportunidade inédita de mostrar o papel do país na transição verde. “Estamos levando sugestões da iniciativa privada para avançar em uma produção que captura carbono, com mecanismos de mensuração adequados, aumento de produtividade focado em pequenos e médios produtores e o destravamento de financiamentos de longo prazo para uma transição justa”, afirmou Tomazoni.

Entre as estratégias defendidas pelo CEO está a integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF), modelo que combina ganhos ambientais e econômicos. Pesquisas indicam que fazendas com manejo sustentável capturam mais carbono do que emitem, e que a agricultura pode contribuir com até 26% da absorção das emissões globais.

No Brasil, o manejo adequado de pastagens tem promovido a recuperação de solos degradados, permitindo que várias regiões alcancem até três safras por ano, sem necessidade de expandir áreas agrícolas. “Há grandes fazendas que já capturam mais carbono do que emitem. Agora precisamos replicar essas boas práticas entre os pequenos produtores, oferecendo assistência técnica e linhas acessíveis de financiamento. Não se trata apenas de produtividade, mas também de inclusão”, destacou o executivo.

Tomazoni também lembrou que a JBS integra uma coalizão liderada pelo Governo do Pará, em parceria com o Carrefour, a ONG The Nature Conservancy e outras indústrias locais, dentro do Programa Pecuária Sustentável. A iniciativa prevê rastreabilidade individual do rebanho e busca ampliar a transparência e a sustentabilidade da cadeia produtiva. Nesta segunda-feira (3), unidades do Atacadão no Pará começaram a vender o primeiro lote de carne 100% rastreada produzida no estado, em parceria com a JBS.

O executivo enfatizou que o maior desafio está na inclusão dos pequenos e médios produtores. “Desde 2021, nossos Escritórios Verdes já auxiliaram mais de 20 mil propriedades com assistência técnica gratuita, regularização ambiental e inclusão tecnológica. Precisamos ajudar os pequenos e médios produtores para que toda a cadeia esteja organizada no sentido de aumentar a produtividade com sequestro de carbono e conservação da biodiversidade”, afirmou.

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