Após críticas, Hugo Motta retoma escolta de Talíria Petrone
Presidente da Câmara mantém proteção policial enquanto avalia pedido da líder do PSOL
247 - A líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Talíria Petrone (PSOL-RJ), voltou a contar com escolta da Polícia Legislativa após a suspensão do serviço provocar reação política e questionamentos públicos. A decisão foi tomada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que determinou a manutenção da proteção até a análise definitiva de um pedido de reconsideração apresentado pela parlamentar.
A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que apurou que a retirada da escolta ocorreu sem aviso prévio e por decisão unilateral da presidência da Casa. Após o recurso apresentado por Talíria, Hugo Motta decidiu preservar o esquema de segurança enquanto o caso é reavaliado formalmente.
Em nota, a Câmara dos Deputados informou que a escolta havia sido suspensa no dia 8 de dezembro, depois que um parecer técnico concluiu não haver ameaças recorrentes nem risco imediato à integridade física da deputada. O documento foi elaborado pelo Departamento de Polícia Legislativa Federal, após consultas à Polícia Civil, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e à Polícia Federal.
“O tema será reavaliado, à luz dos precedentes da Câmara e das novas informações fornecidas pela deputada”, informou a Casa no comunicado oficial.
Talíria Petrone recebe escolta desde 2020, quando passou a relatar ameaças de morte relacionadas à sua atuação política. Segundo a deputada, essas ameaças persistem até hoje e são objeto de investigações em andamento. Em nota, ela afirmou que inquéritos foram abertos tanto na Polícia Federal quanto na Polícia Civil para apurar os episódios.
“Nenhum desses procedimentos concluiu pela inexistência de risco. Nenhum identificou integralmente os autores das ameaças. Nenhum produziu laudo técnico de eliminação da ameaça. O conjunto desses processos evidencia risco contínuo, plural e crescente, incompatível com a suspensão da escolta”, declarou a parlamentar.
A líder do PSOL relatou ainda que precisou contratar segurança privada para cumprir compromissos no Rio de Janeiro durante o fim de semana, diante da interrupção temporária da proteção oficial.
Além das questões de segurança, Talíria Petrone esteve recentemente no centro de articulações políticas relevantes na Câmara. Ela atuou contra a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que acabou sendo punido com suspensão de seis meses. Também se posicionou de forma contrária ao projeto de lei conhecido como PL da Dosimetria, que reduz penas de condenados pelos atos golpistas e foi levado ao plenário por decisão de Hugo Motta, sendo aprovado pela Casa.



