Bolsonaro mantinha armas em cofres no Palácio da Alvorada, aponta investigação
Polícia Federal apura origem de fuzis e pistolas guardados pelo ex-presidente após presentes de chefes de Estado
247 – A Polícia Federal investiga a existência de cofres instalados no Palácio da Alvorada que teriam sido usados para armazenar armas pertencentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi revelada pelo SBT News e detalhada pelo jornal O Globo, que noticiou nesta sexta-feira (19) os desdobramentos da apuração conduzida pela corporação.
Segundo a reportagem, dois cofres encontrados na residência oficial da Presidência da República teriam servido para guardar fuzis e pistolas recebidos por Bolsonaro como presentes de chefes de Estado estrangeiros. A instalação dos cofres teria ocorrido após o então presidente receber, em 2019, um fuzil do governo dos Emirados Árabes Unidos durante uma visita oficial.
De acordo com a Polícia Federal, os cofres foram abertos em junho deste ano, cerca de dois anos e meio após Bolsonaro deixar o Palácio da Alvorada. No interior, além das armas, foram encontrados “documentos pessoais” do ex-presidente e “outros bens”, cujo conteúdo e origem agora são alvo de investigação.
Diante das descobertas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o interrogatório de Jair Bolsonaro. A oitiva está marcada para o dia 30 de dezembro, entre 9h e 11h, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão imposta pelo STF em razão de sua participação em uma tentativa de golpe de Estado.
Em ofício encaminhado ao ministro, a Polícia Federal justificou a necessidade do depoimento. “Tendo em vista terem sido encontrados documentos pessoais do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, junto a outros bens, faz-se necessária a realização de oitiva do mesmo, para que se manifeste sobre a propriedade e origem de tais bens”, afirma o documento citado na reportagem.
Cerco judicial a Bolsonaro
Ainda segundo a PF, a corporação foi acionada pela Presidência da República para investigar os cofres encontrados no Palácio da Alvorada, embora o documento não detalhe a data exata em que a comunicação oficial foi feita. A apuração busca esclarecer se as armas deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio público ou se houve irregularidades na guarda desses itens após o fim do mandato presidencial.
A revelação reforça o cerco judicial em torno de Jair Bolsonaro e amplia o conjunto de investigações que analisam sua conduta enquanto ocupava o cargo máximo da República, especialmente no que diz respeito ao uso de bens públicos e ao recebimento de presentes de governos estrangeiros.



