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Câmara deve votar urgência de projeto de gratuidade para bagagens de mão em aviões

Deputados votam urgência de projeto que impede cobrança por mala de mão em voos no Brasil e no exterior

Câmara deve votar urgência de projeto de gratuidade para bagagens de mão em aviões (Foto: REUTERS/Roosevelt Cassio)

247 - A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (21) o pedido de urgência para o projeto que garante a gratuidade da bagagem de mão em voos nacionais e internacionais. A medida busca acelerar a análise da proposta, considerada popular entre os parlamentares, mas cujo mérito ainda deve ser debatido nos próximos dias. A informação foi publicada pelo g1.

De autoria do deputado Da Vitória (PP-ES), o projeto prevê que todas as companhias aéreas, brasileiras ou estrangeiras, sejam obrigadas a permitir o embarque gratuito de uma mala de mão e um item pessoal, como mochila, bolsa ou pasta. A regra seria válida para voos que partem ou chegam ao Brasil, com exceção de casos em que a bagagem ultrapasse peso ou dimensões estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Contexto da polêmica

A discussão ganhou força após a Latam, em outubro de 2024, iniciar a cobrança pela mala de mão em voos internacionais, seguida pela Gol, que adotou a mesma prática na semana passada. Desde então, os passageiros podem levar gratuitamente apenas um artigo pessoal que caiba embaixo do assento. As empresas defendem a medida alegando que se trata de uma modalidade de tarifa mais econômica, já aplicada em outros países.

Parlamentares, contudo, rebatem esse argumento. Eles lembram que, em 2017, as companhias começaram a cobrar pelo despacho de malas maiores, prometendo reduzir o preço das passagens — algo que, segundo deputados, não aconteceu. “Um recado às companhias aéreas que querem cobrar até pela mala de mão nas viagens. A Câmara não vai aceitar esse abuso”, declarou o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na semana passada.

O que diz o projeto

Protocolado em 8 de outubro, o texto estabelece que as empresas não poderão cobrar tarifas adicionais pela bagagem de mão, salvo quando houver excesso de peso ou volume. Normalmente, a Anac permite malas de até 10 a 12 quilos. Para evitar brechas jurídicas, Da Vitória informou que pretende incluir especificações técnicas sobre dimensões e limites de peso.

“O consumidor não pode ser penalizado com taxas abusivas por um serviço essencial”, afirmou o deputado, defendendo que a cobrança fere princípios de transparência e boa-fé.

Apoio político e próximos passos

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou apoio ao projeto. “Não vamos aceitar custos adicionais que prejudiquem o consumidor”, escreveu em uma rede social. O presidente da Anac também teria sinalizado disposição para participar do debate no Congresso.

A votação do regime de urgência deve ocorrer na próxima reunião do colégio de líderes. Se aprovada, a proposta pode seguir diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões temáticas.

Histórico das idas e vindas

A polêmica em torno das bagagens não é recente:

  • 2017 – A Anac autorizou a cobrança pelo despacho de malas de até 23 kg.

  • Maio de 2022 – O Congresso aprovou uma lei para restabelecer a gratuidade.

  • Junho de 2022 – O então presidente Jair Bolsonaro vetou a medida, atendendo às companhias aéreas.

  • Outubro de 2024 – A Latam iniciou a cobrança pela mala de mão em voos internacionais.

  • Outubro de 2025 – Da Vitória apresentou novo projeto para garantir a gratuidade.

Situação atual das bagagens

Voos domésticos:

  • Item pessoal (bolsa ou mochila): grátis

  • Bagagem de mão até 10 kg: grátis

  • Bagagem despachada até 23 kg: paga

Voos internacionais:

  • Item pessoal (bolsa ou mochila): grátis

  • Bagagem de mão até 10 kg: paga

  • Bagagem despachada até 23 kg: paga.

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