Edinho Silva diz que derrota no Congresso marca início antecipado da disputa eleitoral
Presidente do PT afirma que cenário político já entrou em ritmo de campanha após Câmara derrubar MP alternativa ao IOF
247 - O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, avaliou nesta segunda-feira (13) que a retirada de pauta da Medida Provisória alternativa ao IOF, ocorrida na semana passada, sinaliza um marco na transição do governo para o ambiente eleitoral. A declaração foi dada durante almoço promovido pelo Esfera Brasil, em São Paulo.
Edinho destacou que a decisão do Congresso expôs o início de uma nova fase. “O processo eleitoral foi deflagrado. Se eu gosto, se eu não gosto, se isso é bom ou não é bom, isso é juízo de valor. O fato é que o processo eleitoral foi deflagrado e ele não volta mais. Eu acho que daqui para frente nós vamos no ritmo da disputa eleitoral. Até o fim. Não tem como mais voltar”, afirmou.
Conselhão e diálogo com setores produtivos
Em sua fala, o presidente do PT defendeu o papel do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, recriado por Lula em 2023. Ele classificou o órgão, conhecido como Conselhão, como peça central para a formulação de políticas estratégicas, especialmente nas áreas de infraestrutura e habitação, com destaque para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.
Segundo Edinho, o governo pode explorar novos mecanismos de diálogo para reforçar a integração com o setor produtivo. “Podemos aprimorar, criar outros instrumentos de diálogo, para organizar as cadeias produtivas”, sugeriu.
Ajustes fiscais e revisão de incentivos
Na área econômica, o dirigente petista defendeu prioridade para o debate em torno da revisão dos gastos tributários, estimados em R$ 870 bilhões ao ano. Ele lembrou que o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), apresentou em agosto um projeto para reduzir incentivos fiscais de forma linear, com expectativa de gerar R$ 20 bilhões adicionais à arrecadação já em 2025. A proposta ainda tramita na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Edinho enfatizou que a criação de empregos deve ser a principal via de distribuição de renda. “Há duas formas de distribuir renda no mundo. Primeiro, emprego; segundo, transferência de renda por impostos. Não há uma terceira. E eu acho que a forma mais saudável não é tributo. A forma mais saudável é emprego”, ressaltou.
Segurança pública e riscos da politização
Outro ponto abordado pelo presidente do PT foi a segurança pública. Ele criticou a forma como o tema vem sendo explorado politicamente e defendeu que a questão seja enfrentada de maneira racional. Para Edinho, é necessário avançar em políticas que envolvam tanto o tratamento adequado a adolescentes em conflito com a lei quanto a reinserção de ex-detentos na sociedade.
“A PEC da Segurança é politizada. Tenho receio do que vai sair. É uma oportunidade ímpar para criar uma política de segurança pública que seja perene, e não seja sazonal”, alertou.



