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Funcionários da Caixa são alvo de operação da PF por fraude contra idosos

Esquema usava biometria falsa para desviar recursos de correntistas, segundo investigação da PF

Caixa Econômica Federal (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

247 - A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (11) uma ofensiva contra um esquema de fraudes bancárias que utilizava a falsificação de biometria de idosos para desviar dinheiro de contas da Caixa Econômica Federal. A investigação, detalhada pelo Metrópoles, aponta que parte dos envolvidos atuava dentro das próprias agências da instituição.

A operação batizada de Mimetismo expôs uma estrutura criminosa que recrutava pessoas jovens para se passarem por clientes muito idosos — alguns com mais de 100 anos — com o objetivo de registrar digitais e reconhecimento facial falsos e, assim, realizar saques e movimentações de alto valor.

A PF calcula que o prejuízo potencial ultrapasse R$ 1 milhão apenas em contas localizadas na Bahia. O caso começou a ser monitorado após um alerta da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude (Cefra), que identificou um comportamento atípico: contas de idosos com pouca movimentação passaram a registrar operações incompatíveis com seus históricos.

As apurações mostraram que o grupo criminoso se infiltrou em unidades da Caixa. Funcionários recém-admitidos, segundo a PF, teriam usado o acesso aos sistemas internos para registrar ilegalmente a biometria de supostos clientes — que, na verdade, eram cúmplices — permitindo que os saques fossem realizados posteriormente em casas lotéricas e repassados a contas ligadas ao esquema.

Até agora, cerca de 20 contas fraudadas foram identificadas em diferentes cidades baianas, entre elas Guanambi, Salvador, Serrinha, Eunápolis, Feira de Santana, Castro Alves, Cachoeira, Euclides da Cunha, Conceição do Coité e Itamarajú.

A operação cumpriu dois mandados de suspensão do exercício da função pública contra empregados da Caixa e outros três mandados de busca e apreensão em Belém (PA) e Dom Eliseu (PA). Também houve bloqueio judicial das contas dos investigados para impedir a dissipação dos valores.

O nome Mimetismo faz referência à camuflagem usada por animais na natureza, uma analogia ao modo como os criminosos imitavam a identidade de idosos para mascarar a fraude. Os suspeitos podem responder por furto mediante fraude, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação e outros crimes previstos na legislação penal.

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