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Internação de Bolsonaro terá segurança máxima, vigilância 24 horas e presença restrita no hospital

A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, detalha regras de vigilância, circulação e acompanhamento médico

O ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília-DF - 14/09/2025 (Foto: REUTERS/Mateus Bonomi)

247 - A internação de Jair Bolsonaro no hospital DF Star, em Brasília, será conduzida sob um dos esquemas de segurança mais rígidos já autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, detalha regras de vigilância, circulação e acompanhamento médico enquanto o ex-chefe do Executivo passa por exames e procedimentos cirúrgicos. As informações foram inicialmente publicadas pelo jornal O Globo, em reportagem de Luísa Marzullo.

Bolsonaro será transferido da prisão para o hospital na manhã desta quarta-feira (24). A ordem é para que o deslocamento ocorra de forma totalmente discreta, com desembarque direto pelas garagens do DF Star, evitando qualquer tipo de exposição pública. Toda a operação ficará a cargo da Polícia Federal (PF), responsável tanto pela escolta quanto pela proteção do ex-presidente durante toda a internação.

O ministro Alexandre de Moraes determinou vigilância constante no andar de internação. Pelo menos dois agentes da PF deverão permanecer de plantão fixo na porta do quarto, garantindo vigilância ininterrupta, enquanto outras equipes se revezarão em pontos estratégicos dentro e fora do hospital. A corporação também terá autonomia para ampliar o efetivo caso considere necessário.

A decisão judicial impõe ainda um rígido controle sobre objetos que possam entrar no quarto. Ficam proibidos celulares, tablets, computadores ou qualquer dispositivo eletrônico, sendo autorizados apenas aparelhos médicos essenciais. A fiscalização do cumprimento desta regra caberá exclusivamente à Polícia Federal.

No campo pessoal, a única presença autorizada de maneira permanente é a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que poderá acompanhar o marido durante todo o período de internação. Qualquer outra visita, incluindo a de familiares como Flávio e Carlos Bolsonaro — cuja entrada recorrente foi solicitada pela defesa — dependerá de autorização expressa do próprio Moraes.

A quarta-feira será dedicada à realização de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além dos preparativos pré-operatórios. Já a cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral está programada para a manhã de quinta-feira, dia 25, e deve durar entre três e quatro horas, segundo o cirurgião Cláudio Birolini. O hospital deverá divulgar boletins diários informando a evolução do quadro.

Os médicos também avaliam a possibilidade de realizar um bloqueio anestésico do nervo frênico, que pode auxiliar no controle dos episódios de soluços persistentes que Bolsonaro relata há meses. A decisão sobre esse procedimento será tomada após a cirurgia principal.

Na decisão que autorizou a internação, Moraes frisou que o tratamento médico não altera o cumprimento da pena de 27 anos e três meses imposta a Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Segundo o ministro, o DF Star oferece estrutura adequada para garantir o atendimento e, ao mesmo tempo, manter a custódia do paciente sob condições de segurança — especialmente por estar localizado próximo à sede da Polícia Federal em Brasília.

A expectativa da equipe médica é que o ex-presidente permaneça internado entre cinco e sete dias após a cirurgia, período destinado ao controle da dor, fisioterapia respiratória, prevenção de tromboses e acompanhamento de possíveis complicações pós-operatórias. A alta dependerá exclusivamente da evolução clínica.

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