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Lula diz que ministros precisam definir “de que lado estão” nas eleições

Presidente diz que auxiliares precisarão defender ações do governo e comparar gestão atual com a de Jair Bolsonaro durante o processo eleitoral

Lula durante reunião ministerial (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - Ao abrir a última reunião ministerial do ano, realizada nesta quarta-feira (17) na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou um recado direto aos integrantes do primeiro escalão do governo. O chefe do Executivo afirmou que os ministros terão papel ativo na disputa eleitoral de 2026 e precisarão assumir posição clara no processo, defendendo as realizações do atual mandato.

Lula mencionou os partidos aos quais os ministros são filiados e destacou que todos estarão envolvidos, de alguma forma, no embate eleitoral do próximo ano. Para o presidente, a campanha será marcada por uma comparação direta entre o que foi feito por seu governo e o período em que Jair Bolsonaro esteve à frente do Palácio do Planalto.

Durante o encontro, Lula enfatizou a necessidade de o governo construir uma narrativa capaz de comunicar à população os resultados das políticas públicas adotadas desde o início do mandato. Segundo ele, esse esforço será decisivo no período eleitoral. “É importante que a gente tenha noção de que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão de que o povo não sabe. Nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram nesse país. E o ano que vem é o ano que a gente tem a oportunidade, não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro — o partido que vocês participam — vai ter que estar no processo eleitoral e vai ter que definir de que lado tá”, afirmou o presidente.

A reunião, prevista para ocupar todo o dia, também teve como objetivo alinhar o discurso do governo. A coordenação dessa tarefa ficou a cargo do ministro da Casa Civil, Rui Costa, responsável por apresentar uma linha de argumentação comum aos ministros. Além de uma prestação de contas das ações de cada pasta, o Planalto pretende fornecer um guia político que sirva de base para a atuação dos auxiliares durante a campanha.

Lula voltou a destacar que o momento exigirá posicionamentos claros e uma exposição pública das diferenças entre os projetos políticos em disputa. “Nós vamos ter de criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem neste país, quem faz o quê neste país”, disse.

Dos 38 ministros que compõem atualmente o governo federal, ao menos vinte devem deixar seus cargos para concorrer a mandatos eletivos em 2026. O presidente afirmou que não pretende criar obstáculos para essas candidaturas e desejou êxito aos auxiliares que decidirão disputar as eleições, fazendo apenas um alerta bem-humorado: “Que vocês ganhem os cargos que irão disputar. Não percam!”.

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