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Lula exalta papel da ciência no desenvolvimento do Brasil: “pesquisa não é gasto, é investimento”

Em reunião do CDESS, presidente destaca avanços na pesquisa, inovação e soberania científica, defendendo mais investimentos públicos no setor

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS). Palácio Itamaraty – Brasília (DF) (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na quinta-feira (4), que o Brasil vive uma transformação decisiva na forma como lida com sua produção científica e tecnológica. A declaração foi feita durante a última reunião plenária de 2025 do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), realizada no Palácio do Itamaraty, com a presença de ministros, conselheiros e representantes da sociedade civil.

Lula participou dos debates ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin; da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e de outros integrantes do Conselhão.

O presidente reforçou que o governo deve tratar ciência como investimento essencial, e não como despesa. “É preciso incentivar a pesquisa, é preciso não tratar como gasto o dinheiro da pesquisa”, disse. O presidente destacou ainda que o conhecimento produzido nas universidades e centros de pesquisa precisa gerar resultados concretos: “Pode virar remédio, pode virar vacina, pode virar carro, pode virar avião”.

Ele também voltou a cobrar maior participação do setor privado no financiamento à inovação. “O capital de risco tem medo de risco”, afirmou, defendendo que o Estado cumpra sua função estratégica ao apoiar etapas iniciais do desenvolvimento científico — assim como faz ao financiar atletas antes do interesse de patrocinadores privados. “Antes, quem tem que patrocinar é o governo, cumprindo a função do Estado de dar oportunidade”, comparou.

Ao abordar a agenda climática, Lula destacou o protagonismo brasileiro na geração de energia renovável, lembrando que países ricos projetam metas inferiores às já alcançadas pelo Brasil. “Nós, em 2025, já temos 53% de energia renovável”, disse, estimando que o país poderá avançar para índices superiores a 75% até 2050.

Lula elencou ainda medidas adotadas pelo governo, como o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o aumento das bolsas de pesquisa, a retomada de concursos públicos, ações de inclusão — entre elas o programa Beatriz Nascimento — e esforços de internacionalização da ciência brasileira, que incluem a repatriação de pesquisadores.

O presidente citou avanços estruturais, como a nova fase do Sirius, o Laboratório Orion — primeira instalação do mundo conectada a uma fonte de luz síncrotron — e a ampliação do supercomputador Santos Dumont, novamente o maior da América Latina dedicado à pesquisa.

Lula também destacou o papel estratégico do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e a criação do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. “O Brasil precisava de uma postura ativa nesse tema, para não ficar na reboque de outros países”, afirmou.

Encerrando sua participação, o presidente incentivou uma maior aproximação entre ciência e sociedade. “Desafio a comunidade científica a ousar cada vez mais, a extrapolar os muros da academia e levar a ciência para as ruas”, declarou. Ele reafirmou o compromisso governamental com o setor ao concluir: “O governo do Brasil está do lado da ciência e da comunidade científica para varrermos de uma vez por todas o negacionismo e o oportunismo”.

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