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Médicos detalham cirurgia de Jair Bolsonaro e recomendam internação hospitalar

Nota médica informa correção de hérnia bilateral e procedimento para tratar soluços persistentes

Ex-presidente Jair Bolsonaro durante prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

247 - Os médicos responsáveis pelo acompanhamento de Jair Bolsonaro (PL) divulgaram neste domingo uma nota detalhando a cirurgia à qual ele será submetido após exames clínicos e de imagem confirmarem o diagnóstico de hérnia inguinal bilateral. Segundo o comunicado, o procedimento exigirá internação hospitalar para a realização das intervenções médicas programadas.

Segundo o jornal O Globo, a nota - assinada pelo cirurgião geral Claudio Birolini e pelo cardiologista Leandro Echenique - explica que os exames identificaram a projeção de parte do intestino para fora da parede abdominal durante a chamada manobra de Valsalva, que aumenta a pressão interna do abdômen.

Exames confirmaram hérnia inguinal bilateral

De acordo com os médicos, os achados clínicos e de imagem levaram à indicação de tratamento cirúrgico específico. “Diante dos achados clínicos e de imagem, ele será submetido ao tratamento cirúrgico denominado herniorrafia inguinal bilateral”, afirma a nota divulgada pela equipe médica.

O ex-mandatário está preso desde 22 de novembro na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.

Procedimento inclui tratamento para crises de soluço

Além da cirurgia para correção da hérnia, os médicos informaram que está programada a realização de um bloqueio anestésico do nervo frênico, responsável pelo movimento do diafragma. O procedimento tem como objetivo controlar crises persistentes de soluço que não responderam ao tratamento medicamentoso.

“Considerando a presença de soluços persistentes e refratários ao tratamento medicamentoso instituído, está programado, durante o período de internação hospitalar, a realização de bloqueio anestésico do nervo frênico, com a finalidade de atenuar as crises de soluços”, informaram os médicos na nota.

Cirurgia foi autorizada após perícia da Polícia Federal

A nota não informa a data exata da cirurgia nem o tempo previsto de internação, mas confirma que Bolsonaro permanecerá hospitalizado para a realização dos dois procedimentos. A intervenção médica foi autorizada na última sexta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da cirurgia.

O laudo pericial concluiu que o procedimento deve ser realizado “o mais breve possível”, embora em “caráter eletivo”. Com base nessa avaliação, o ministro considerou que não havia urgência imediata e determinou que a defesa sugerisse uma data para a realização da cirurgia.

Os peritos também indicaram que o ex-mandatário apresenta uma lesão em um nervo do tronco decorrente de procedimento cirúrgico anterior, condição associada às crises frequentes de soluço. Segundo o relatório, a correção dessa área lesionada é necessária para interromper o quadro clínico.

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