Ministro de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira disse que estava em contato com inimigo em comissão do TSE
O general afirmou que estará "em cada frase pressionando" o Tribunal Superior Eleitoral
247 - Ministro da Defesa do governo de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Sérgio Nogueira, disse que a comissão de transparência eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral servia para "inglês ver" e que ele estava em "contato com o inimigo", em referência às reuniões com a corte eleitoral. O general afirmou que estará "em cada frase pressionando" o TSE. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo da reunião em que aliados da gestão bolsonarista discutiam formas de se aplicar um golpe. A Polícia Federal iniciou esta semana a Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade), para identificar e punir os envolvidos em um plano de uma ruptura institucional.
"A comissão é para inglês ver", disse Nogueira. "Nunca essa comissão sentou numa mesa e discutiu uma proposta. É retórica, discurso e ataque à democracia, e eles fazem o que tem que ser feito", disse. "O que eu sinto, nesse momento, é apenas na linha de contato com o inimigo. Ou seja, na guerra, ‘linha de contato, linha de partido, eu vou romper aqui e iniciar minha operação’. Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato". Os relatos dele foram publicados no jornal Folha de S.Paulo. >>> PF vê Bolsonaro "na cena do crime" e quer concluir inquérito sobre tentativa de golpe até junho
Bolsonaro também ordenou que seus auxiliares repitam falas, sem provas, sobre fraude nas urnas eletrônicas. Nogueira também levanta suspeita sobre a lisura do processo eleitoral. "Nós vamos ter um sucesso, um resultado, uma transparência, uma segurança, uma condição de dizer: 'Não, realmente é mínima a chance de fraude, ou é grande a chance de fraude?'", disse.
As investigações apontaram que, no entorno do ex-mandatário, havia seis núcleos formados por bolsonaristas que defendiam uma ruptura institucional. De acordo com a PF, um documento com argumentação golpista na sede do PL, em Brasília (DF), estava na sala Bolsonaro, que já está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do ano passado por ter questionado, sem provas, a segurança do sistema eleitoral brasileiro. >>> Valdemar Costa Neto e mais três pessoas do entorno de Bolsonaro continuarão presas após audiências de custódia